PMs gêmeos são absolvidos por homicídio ocorrido em Guaratuba, mas seguem presos


Por Redação Publicado 14/09/2024 às 12h53
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Embora o homicídio tenha ocorrido em Guaratuba, o julgamento aconteceu em Paranaguá, por motivos de segurança. Foto: Reprodução

Os irmãos gêmeos policiais militares, 2º sargento Ricardo Chiarello Marquesi e soldado Rodrigo Chiarello Marquesi, presos desde 30 de agosto de 2022, foram absolvidos pelo crime de homicídio qualificado, na última quinta-feira (12), após dois dias de julgamento, ocorrido em Paranaguá. 

De acordo com a versão oficial da época, Rafael da Silva Pereira, de 38 anos, morreu durante uma abordagem policial, em 25 de janeiro de 2022, na cidade de Guaratuba. Conforme noticiou o JB Litoral, os PMs realizavam um patrulhamento no bairro Carvoeiro, onde haviam recebido denúncia de tráfico de drogas e, ao baterem na casa onde Rafael estava, ele teria aberto a porta com a arma em punho. Ainda conforme o descrito pelos militares estaduais, o homem não acatou à ordem de largar o revólver calibre 38 e teria apontado a arma para a equipe, a qual efetuou os disparos que mataram Rafael, conhecido como Patê.

O Conselho de Sentença, formado por quatro homens e três mulheres, decidiu pela absolvição dos PMs.

SEGUEM PRESOS

Embora tenham sido absolvidos pelo homicídio, os irmãos Marquesi permanecem presos. Eles respondem a processos por torturas que teriam ocorrido em 2021 e 2022.

Eles estão presos por um processo de tortura que está para ser julgado nos próximos dias. Mas também foram absolvidos em um de tortura na semana passada e está se encaminhando para que a situação deles seja resolvida”, disse o advogado de defesa dos gêmeos, Jeffrey Chiquini, em conversa com o JB Litoral.

Os PMs foram presos e denunciados criminalmente pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MPPR). As denúncias foram recebidas pelo Juízo da Vara da Auditoria Militar de Curitiba.

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O júri foi transmitido pelo canal no YouTube. Foto: Reprodução

RELEMBRE AS DENÚNCIAS

De acordo com o MPPR, a primeira denúncia contra os irmãos gêmeos relata fatos ocorridos em 14 de maio de 2021, em Pontal do Paraná, quando os militares estaduais teriam entrado em uma residência por suspeita de que lá moraria uma mulher ligada ao tráfico de drogas. Pela denúncia, os PMs teriam mantido o companheiro da mulher sob agressões e torturas por cerca de 40 minutos, com o objetivo de conseguir informações sobre o tráfico de drogas.

A segunda denúncia envolve, novamente, uma ocorrência de tortura, dessa vez em Guaratuba. Em 29 de agosto de 2022, véspera da prisão dos gêmeos, os réus teriam entrado em duas casas, torturando dois moradores (um deles diante da esposa grávida, que também teria sido agredida) para que indicassem onde estariam escondidas drogas no local. Os atos foram gravados e encontrados no celular do PM Ricardo Chiarelo Marchesi. As imagens mostram os abordados sendo obrigados a comer maconha e um deles a cheirar cocaína.

Além dos crimes de tortura, os irmãos são réus por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. “Crimes estes praticados na companhia de outros policiais militares e que revelaram que a sociedade de Guaratuba se encontrava à mercê da criminalidade institucionalizada”, diz trecho da denúncia recebida pela Vara da Auditoria Militar.

ARMAS E DROGAS

Segundo o Gaeco, “as denúncias apontam que os réus tinham em suas casas, em compartimentos ocultos, armas irregulares e munições, incluindo pelo menos uma pistola com número de série suprimido. A situação indica possível utilização das armas e munições em fraude processual. Na ocasião, durante a operação foram apreendidas armas e munições, R$ 70 mil em dinheiro, um cheque de R$ 205 mil e drogas”, explicou o MPPR.

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