Menos tempo de trens ocupando a Coronel José Lobo: obra da Rumo muda operação nos terminais Rocha e Cotriguaçu


Por Redação Publicado 05/04/2021 às 05h53 Atualizado 15/02/2024 às 22h14

Por Katia Brembatti

A quantidade de tempo que o trânsito fica parado na avenida Coronel José Lobo, por causa da travessia de locomotivas e vagões, terá uma redução significativa em função de obras que foram realizadas na região portuária. A construção de quatro linhas férreas, pela Rumo, permite manobras mais rápidas, diminuindo, assim, a interferência no tráfego no entorno do porto de Paranaguá. A partir das obras, a empresa ferroviária assumiu, no sábado (27), a operação de descarga (full service) na Rocha Terminais. Antes, a Rumo apenas “encostava” as composições, e a movimentação e o descarregamento eram feitos pelo pessoal da Rocha. A obra também atende a operação no terminal da Cotriguaçu, que continua fazendo a operação de descarga.

A construção das quatro linhas férreas – integradas à estrutura existente – começou no segundo semestre do ano passado e foi concluída em fevereiro. Foi um investimento de R$ 7,6 milhões, totalmente bancado pela Rumo, mas o projeto foi elaborado em parceria com os dois terminais portuários, visando expandir a capacidade de descarga e as condições de segurança, otimizando o tempo de operação. A estimativa é de que a obra propicie aumento de 28% nas descargas ferroviárias, em comparação com 2020. A previsão também é de diminuir o tempo de permanência dos vagões no porto.


Perspectivas

Antes das obras, a chegada de composições representava a necessidade de manobras que interrompiam o tráfego na avenida que fica ao lado dos terminais. Agora, os trens que chegarem entram mais rapidamente na área portuária e são manobrados internamente. O superintendente de granel de exportação da Rocha Terminais Portuários e Logística, Jeferson Fernando Hining, destaca que esse é o grande ponto visível para a população. Ele também apresenta os números que impactam na movimentação: antes, a capacidade era de 70 vagões cheios e 70 vazios e passou a ser de 140 cheios e 105 vazios. Do ponto de vista operacional, comenta que repassar o serviço de manobra e descarga para a Rumo foi uma forma de deixar todo o trabalho integrado.

De acordo com a empresa ferroviária, a realização das obras, aliada à oferta do full servisse, foi uma iniciativa pioneira. A operação exigiu a contratação de 81 novos colaboradores. A estimativa é de que caia o tempo de permanência, para encoste e retirada, e o manuseio de vagões diminua em 48%. Em comunicado à imprensa, o diretor da Execução Sul da Rumo, Israel Castro e Souza, ainda apontou outras vantagens. “Essas melhorias permitirão otimizar os fluxos de descargas dos vagões e reduzir os conflitos urbanos nos arredores do porto”, declarou. A concessionária calcula que a taxa de ocupação da passagem de nível deve diminuir em 15%. Assim, a avenida Coronel José Lobo será menos bloqueada para manobras.

Mais obras

Dois novos armazéns, da Rocha Terminais Portuários e Logística, estão sendo construídos ao lado dos já existentes. Cada um deve ter capacidade de armazenamento de 62 mil toneladas – o que deve quase dobrar o volume atual. As modificações incluem dois novos tombadores, fazendo a estrutura ficar preparada para a movimentação de até 600 caminhões por dia. A previsão é de que os dois novos armazéns estejam prontos para a safra do ano que vem. A ampliação permite que a empresa trabalhe também com farelo de soja.

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