Moradores cobram e Megapav retoma obra no Tucunduva

Alegando falta de atividade desde o começo de dezembro e com a presença esporádica de funcionários e máquinas no bairro, moradores do Tucunduva convocaram o JB e denunciaram a obra de pavimentação asfáltica, que deveria ser entregue em novembro pela Megapav Construtora de Obras, na cidade de Antonina.

Liderados por Odirlei Carlos Carneiro, os moradores denunciaram que a rua está com trechos intercalados de asfalto e brita, uma pequena quantidade de asfalto na calçada, bueiros concretados e sem grade de proteção para evitar o desperdício de material e futuros entupimentos, ausência de paisagismo, sinalização de trânsito e placas de comunicação visual, itens que constam no contrato de mais de R$ 1,5 milhão feito com a prefeitura.

Na tarde de terça-feira (3), a reportagem percorreu as ruas do bairro do Tucunduva “beneficiadas” pelo asfalto e observou que, em muitos trechos, não existe espessura na camada asfáltica, que mais parece um antipó. Em outros pontos, o material aplicado aparenta pouca espessura. Em diversos trechos o que se viu foi uma lama asfáltica despejada na pedra brita. Em algumas ruas, a diferença é bem visível a olho nu.

De acordo com os moradores, a obra parou a partir do momento em que a empresa Megapav começou outra atividade no bairro da Penha, no início de dezembro e, depois disso, apareceu algumas vezes apenas para despejar brita em alguns locais. Segundo Odirlei, o empresário e proprietário da Megapav, João de Castro Junior, não gostou de ser questionado por um morador e disparou, tem que surrar o povo do Tucunduva com arreio”.

Os moradores cobraram ainda a distância entre as bocas de lobo (bueiros) e o fato delas estarem concretadas na base da rua, o que dificulta uma posterior manutenção e futuros desentupimentos, uma vez que a abertura para as águas pluviais é muito estreita. Em quase todas elas, era visível o desperdício de pedra brita, muitas despejadas no interior do bueiro.
Nenhuma rua está concluída segundo o que determina o cronograma da obra que prevê, além do asfalto, urbanização e paisagismo, sinalização de trânsito e placas de comunicação visual.

Prefeito, Comunicação e empresário não se manifestam

A reportagem do JB enviou oito questionamentos ao prefeito João Ubirajara Lopes (PSC), o João Domero e ao Secretário de Comunicação, o desenhista projetista Alexandre Franco Parodi, para que informassem aos moradores do Tucunduva algumas situações que precisam ser esclarecidas. Foram eles: por que a paralisação da obra por duas semanas conforme informação dos moradores? Qual a espessura do asfalto que consta no contrato com a prefeitura? As bocas de lobo estão concretadas na base, como fazer sua limpeza e futuras desobstruções depois de entregue a obra? Por que existem diversos trechos sem urbanização e paisagismo, sinalização de trânsito e placas de comunicação visual, como prevê o contrato? Os diversos trechos que estão apenas com base asfáltica, características de antipó receberão asfalto? Por que alguns trechos estão incompletos, divididos por brita e asfalto? A finalização da obra estava prevista para novembro de 2015, quando ela será entregue? Quanto a prefeitura já repassou de recursos para a Megapav até o momento?
Até o fechamento desta edição nenhum dos dois retornou com as informações que seriam repassadas aos moradores. Da mesma forma, o JB procurou o empresário João de Castro Junior, que se mostrou magoado com a cidade e optou por não se manifestar.

Obra retomada após presença do JB

No dia seguinte à presença do JB no bairro, coincidentemente, a obra foi retomada em ritmo frenético, segundo informação dos próprios moradores, tomados de surpresa com a intensa movimentação de máquinas e funcionários da Megapav.

Logo pela manhã, trechos que estavam apenas com brita ganharam asfalto e, outros, que estavam somente com lama asfáltica foram reforçados.
Os moradores creditaram a repentina retomada dos trabalhos à presença da reportagem na última terça-feira.