Na Ilha das Cobras, começa a reforma para implementação de escola profissionalizante


Por Marinna Prota Publicado 17/06/2021 às 19h37 Atualizado 16/02/2024 às 05h25

Fonte: Sedest

As batidas incessantes do martelo e o ir e vir dos carrinhos de mão carregados de madeiras desgastadas pelo tempo agora fazem companhia ao canto dos pássaros e à sinfonia calma das ondas na Ilha das Cobras, na baía de Paranaguá.

A mudança repentina na rotina de sossego absoluto do local indica que o paraíso ecológico do litoral começou a mudar de cara. O primeiro ato da força-tarefa que vai transformar a antiga residência oficial de veraneio do governador do Estado em escola de gastronomia, turismo e educação ambiental começou oficialmente na segunda-feira (14).

O investimento do Governo, feito pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo no projeto é de R$ 2,2 milhões – R$ 1,8 milhão na reforma estrutural das cinco edificações existentes no local e mais R$ 400 mil na elaboração do plano de manejo do parque.

“O que era usado para o lazer da família do governante passará a ser um instrumento de educação para milhares de pessoas no Paraná. O mundo moderno não admite mais essas mordomias. É um compromisso meu acabar com tudo o que for supérfluo no Estado”, destaca o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

O primeiro grupo de operários já firmou acampamento no Parque Estadual da Ilha das Cobras. Primeiro um inventário geral, finalizado ainda na segunda-feira, seguido por uma grande limpeza que marcou a terça-feira (15). E, então, avança para a obra estrutural, começando pela troca do telhado (ou o que sobrou dele) da imensa casa cor de tijolo que por anos atendeu ao chefe do Poder Executivo do Paraná. O prazo de conclusão é de 360 dias.

“Essa primeira fase vai demorar de dois a três meses. O abandono acabou com o detalhado e foi responsável pela infiltração de água no imóvel. Conforme formos avançando, vamos ampliar o número de trabalhadores para entregar tudo a tempo”, explica o engenheiro responsável pela obra, Leonardo Patrício Valério.

É justamente a residência oficial, uma casa de plano baixo cercada de conforto como piscina e churrasqueiras, que vai abrigar a futura escola. Madeiras descompensadas, corrimões enferrujados e ventiladores desmontados indicam que por ali não passava ninguém oficialmente há muito tempo. E também que a empreitada vai dar trabalho. “Sabe como é reforma, não é. É só começar a mexer para encontrar surpresas inesperadas”, afirma o engenheiro.

Reformulação que precisará de um grande amparo logístico para avançar. Os materiais para a construção só podem chegar à ilha por meio de balsas, com saídas de Paranaguá ou Pontal do Paraná. Após o desembarque, são mais cerca de 300 metros de caminhada para levar os insumos até o ponto da reforma.

Adaptações, porém, que não tiram o contentamento do grupo. Eles sabem que estão ajudando a dar uma utilidade pública a um imóvel tão representativo, capaz de fazer inveja a grandes resorts espalhados pelo País. “Esse lugar é lindo, encantador”, diz Valério, com a experiência de quem mora na vizinhança e costumava pescar na infância com o pai na região, tendo o belo cenário da Ilha das Cobras como pano de fundo.

Aulas 

Além das capacitações voltadas para a gastronomia regional, turismo e hotelaria, o Governo do Estado planeja oferecer outros cursos no local, como de aquicultura (produção de ostras, mariscos e camarão) e de educação ambiental. A ideia não é ter uma escola focada em um único tema, mas diversificar as atividades de acordo com as necessidades da região, incluindo aulas de idioma e educação ambiental.

O local também tem potencial para se transformar em um centro de apoio ao artesanato caiçara regional. Há possibilidade, ainda, de abrigar um restaurante-escola aberto para a visitação de turistas, e locais para conferências e apresentações.