Ao menos quatro políticos estão envolvidos na Operação Voto Não tem Preço, em Paranaguá
A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quinta-feira (24), em Paranaguá, oito mandados de buscas e apreensões nos gabinetes de três vereadores na Câmara Municipal e em residências nos bairros Estradinha, Jardim Eldorado, Ilha dos Valadares e Vila do Povo.
De acordo com informações repassadas ao JB Litoral, o atual presidente da Casa de Leis, Fábio Santos (PSDB), está entre os investigados, além dos vereadores Renan Brito (PP) e Bruno Miguel (PP). O JB entrou em contato com os citados, mas não obteve retorno.
De acordo com a PF, a investigação teve início após denúncia de possíveis crimes eleitorais cometidos por candidatos a vereadores por meio da compra de votos, visando a beneficiar vereadores da região no pleito eleitoral de 2024.
Mais investigados
Durante a ação, o JB recebeu imagens de viaturas da Polícia Federal em frente à casa do atual vereador Waldir Leite (PSD) e da sua esposa Marilis Rocha da Silva, conhecida como Mari Leite (AGIR), que foi candidata nas últimas eleições municipais e eleita com 1.502 votos, devendo assumir o mandato em 2025.
A vereadora eleita falou ao JB Litoral que está colaborando com as investigações e garante que os seus 1.502 votos foram legítimos. “A Polícia esteve na minha casa, fez uma fiscalização, levaram mais um celular. Depois fui até a delegacia da Polícia Federal com meu advogado, prestei depoimento. Sei que a polícia está fazendo a parte dela, mas garanto que os meus votos são legítimos e conquistados, pois eu e meu esposo temos mais de 30 anos na vida pública. Além disso, eu andei de casa em casa durante a campanha”, destacou Mari.
Nota oficial
A Câmara Municipal de Paranaguá emitiu uma nota oficial sobre o ocorrido. Confira na íntegra:
“Na manhã desta quinta-feira, 24 de outubro, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação em gabinetes da Câmara Municipal de Paranaguá, a fim de dar continuidade às investigações a respeito de supostas ilicitudes que teriam sido praticadas durante o último pleito eleitoral.
Durante toda a operação, que teve início por volta das 6h da manhã e perdurou até às 11h, a Casa de Leis buscou colaborar com a Polícia Federal, a fim de facilitar a obtenção do êxito esperado na diligência.
Na ocasião, apesar da existência de mandados de busca e apreensão, nenhum computador foi levado pelas autoridades policiais, apenas a realização de espelhamento de informações, (técnica utilizada na criação de cópias exatas dos dados em tempo real), contidas nos equipamentos eletrônicos de alguns gabinetes alvos da operação.
A Câmara Municipal seguirá colaborando plenamente com as investigações e reitera seu compromisso com a transparência e o respeito à legalidade.
A instituição reafirma sua confiança no trabalho das autoridades policiais e judiciais, e garante que continuará cumprindo sua função de legislar, representando os interesses da população de Paranaguá.
Novas informações serão divulgadas conforme o avanço das investigações, as quais correm em segredo de justiça”.