Operação “Cidade da Propina” – Ex-prefeito pagava “mensalinhos” para garantir maioria na Câmara de Antonina


Por Redação JB Litoral Publicado 25/03/2017 às 14h00 Atualizado 14/02/2024 às 20h33

No mesmo dia que a 1ª Promotoria de Justiça de Antonina e a Polícia Militar deflagraram a Operação Tangentopoli (Cidade da propina), a 2ª Promotoria de Justiça desencadeou a Operação Grande Hermano, nesta quinta-feira (23) e prendeu o ex-prefeito de Antonina, João Ubirajara Lopes (PSC), o João Domero, os vereadores não reeleitos Ademir Rodrigues (PSB) e Cesar Cordeiro (DEM) e o ex-assessor do ex-prefeito Hezron Cecyn Duarte Valente, conhecido por “Tico Boca”. Também foram cumpridos também mandados de busca e apreensão nas casas dos réus.
 

Tico Boca e o ex-vereador Barroca tiveram o mandados de prisão decretados na Operação  Grande Hermano. Foto/JB

De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), investigações apuraram delitos de corrupção ativa e passiva e de associação criminosa. Foram encontrados indícios de que o ex-prefeito João Domero pagava “mensalinhos” para os vereadores a fim de garantir a maioria na Câmara Municipal, criando uma base aliada “remunerada”. Os dois vereadores presos inclusive, Barroca e Cesar Cordeiro, votaram a favor do prefeito em um processo de cassação que sofreu em 2014, movido pela advogada Ruth Fernandes de Oliveira, que denunciou irregularidades na gestão.  

Segundo apurou a Promotoria de Justiça, os pagamentos eram realizados com envolvimento de procuradores do Município, do então assessor “Tico Boca” e de secretários daquela gestão. Os sete réus envolvidos tiverem mandados de prisão decretados, sendo que três ainda estavam pendentes de cumprimento até à tarde desta quinta-feira.

Na saída do Fórum, conduzido por policiais militares fortemente armados, João Domero disse à imprensa que estava naquela situação como testemunha, por ter denunciado a extorsão na imprensa, fazendo referência a sua denuncia feita na TVCI contra o presidente Márcio Hais Natal de Balera (PSD) no ano passado.
 

Foto/Reprodução Facebook

Vale destacar no Banco Nacional de Mandatos de Prisão (BNMP) constavam ainda os nomes do o ex-secretário municipal de Meio Ambiente e Agricultura, Paulo Celso Leamari Castro, mais conhecido por “Tato”, do ex-secretário Anderson de Morais Lopes (Comunicação e Meio Ambiente) e o ex-Procurador Geral do Município, Fabrício de Souza. Entretanto, durante o período que a reportagem do JB esteve no Fórum de Antonina, não se deparou com Anderson Lopes e nem o Fabrício de Souza. Por sua vez, O ex-secretário “Tato”, alvo da operação também foi denunciado por haver torturado uma criança de 11 anos (em delito sem relação com o caso de corrupção) e teve deferido pedido de prisão preventiva pela prática desse crime na quarta-feira.

Os promotores de Justiça titulares da 1ª e da 2ª Promotorias de Justiça de Antonina estarão à disposição da imprensa às 10 horas da manhã desta sexta-feira, 24 de março, para falar sobre as operações Grande Hermano e Tangentopoli, que resultaram nas prisões de ex-agentes políticos em Antonina nesta quinta-feira, incluindo um ex-prefeito, ex-vereadores e ex-secretários municipais.