Patronato Central do Estado promove reinserção social de ex-detentos


Por Redação JB Litoral Publicado 26/06/2016 às 15h10 Atualizado 14/02/2024 às 14h03

Professor Aparecido e equipe. Foto: JB

Instituído em 2013, após o fim das atividades do Projeto Pró-Egresso, o Patronato Central do Estado tem como objetivo promover a ressocialização do indivíduo que pertencia, até então, ao sistema prisional. No litoral, as atividades são desenvolvidas no antigo Colégio Girassol, em Paranaguá, e envolve uma equipe de advogados, pedagogos e assistentes sociais.

Mantido pela Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU) e Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), o Patronato tem como instituições parceiras no município a Universidade Estadual do Paraná campus Paranaguá (UNESPAR), Universidade Federal do Paraná Setor Litoral (UFPR) e Instituto Superior do Litoral do Paraná (ISULPAR), tendo como coordenadora local a Professora Géorgia Cunha Ben.

Representante do ISULPAR no projeto, o Professor Aparecido Sebastião de Oliveira destaca que a principal premissa da ação é conseguir reinserir o ex-presidiário no contexto social. “A situação é muito mais complexa do que se pode imaginar. O indivíduo cumpre sua pena e sai da cadeia. Até aí tudo bem, mas e depois? Ele precisa passar a viver no meio social de novo, mas, na maioria das vezes, é discriminado, não recebe apoio, é alijado do convívio com as pessoas e, desta forma, caso não receba apoio, tem uma tendência muito grande a voltar à criminalidade”, explica o professor.

Com o intuito de proporcionar auxílio jurídico e, principalmente, psicológico a estas pessoas, o projeto trabalha, segundo Aparecido, com alguns planos de ação. “Aqui, o ex-presidiário recebe todo o auxílio jurídico por parte dos profissionais da área do Isulpar, além de ter um forte suporte emocional por meio das psicólogas e assistentes sociais da UFPR. Eventualmente, pedagogos e administradores tentam encaminhá-los para o mercado de trabalho ou até para a escola, já que a maioria deles é semianalfabeto. Como eles saem da cadeia sem a devida credibilidade que um cidadão dito como tem, se faz necessário também ajudá-los no sentido de emitir documentos, encaminhar para empresas, resolver aspectos burocráticos, como certidões negativas e outras questões”, destaca.

Bons resultados

A Assistente Social do projeto Josiane Medeiros, informa que a taxa de reincidência na prática de crimes tem sido pequena nos últimos anos. “Trabalhamos com um universo de 150 a 350 presos em média por ano. No ano passado, dos 280 atendidos, dois retornaram ao sistema prisional”, explica.

Apesar do grande aparato proporcionado, o Professor Aparecido destaca que a procura deve ser espontânea. “O projeto não tem como objetivo ir buscar o ex-presidiário para saber se ele precisa de ajuda, a procura deve partir deles. O interesse é do próprio indivíduo. Sem contar também que, além do apoio a esta pessoa, nós oferecemos ajuda psicológica e social à família do envolvido como um todo, mas sempre partindo da ideia de que a busca deve vir dos próprios envolvidos”, pontua.

Com uma equipe formada por cerca de 20 profissionais das mais diversificadas áreas, o Patronato na cidade recebe demandas diariamente, de todos os municípios do litoral.