Pesquisa da UFPR mostra que Paranaguá está infestada de Aedes Aegypti


Por Redação JB Litoral Publicado 15/12/2017 às 14h31 Atualizado 15/02/2024 às 00h08

Com AE e Paraná Portal

Por meio de um estudo que foi desenvolvido pela UFPR junto da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), divulgado nesta sexta-feira (15), foi comprado a presença do mosquito que transmite a dengue, zika e chicungunya em 58% das 331 armadilhas instaladas em todo o município entre os dias 7 e 11 de dezembro. “Foi verificada a atividade de fêmeas adultas do mosquito em praticamente toda a área urbana de Paranaguá. Esse é o resultado das condições climáticas favoráveis com a existência de locais que permitem o desenvolvimento das larvas”, afirma o professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, Mario Navarro.

Segundo Navarro, atuante tamém na presidente da Sociedade Brasileira Entomologia, é necessário urgência na remoção de criadouros para que a situação não fique ainda mais grave durante o alto verão. “Já estamos iniciando a estação com um índice muito elevado de mosquitos, então qualquer entrada de vírus – seja zika, dengue ou chikungunya, você pode ter uma epidemia. É um cenário extremamente delicado”, complementa.

O CombateComo medida para auxiliar no combate ao vetor, o Estado, por meio da 1ª Regional de Saúde, iniciou na última segunda-feira (11) a aplicação de fumacê em todo o território do município. Entretanto, o professor ressalta que o inseticida não consegue atingir todos os locais e a mobilização da população é fundamental para mudar a situação.

“O inseticida atinge o mosquito adulto, ele não vai atingir o ovo. A chave é a remoção de qualquer possível criadouro na residência, local de trabalho e de toda a vizinhança. Tampar a caixa d’água, retirar todo o lixo e cobrar do município a limpeza pública com a maior agilidade possível”, enfatiza Navarro.

A PesquisaO estudo, que também conta com o apoio do Laboratório de Morfologia e Fisiologia de Culicidae e Chironomidae (Lamfic), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (Capes) e Ministério da Saúde, começou a ser feito em junho de 2017 com instalação mensal de armadilhas.

Navarro explica que o que mais assustou foi a rapidez com que houve a evolução. “A gente passou de um cenário, em outubro, com um percentual baixo de atividade, chegamos em novembro com uma elevação, mas a elevação em dezembro se acentuou muito em 30 dias”, conta. A mudança foi extrema. As armadilhas que antes indicavam a presença de 30 ou 40 ovos, passaram a ter 100, 200, superando até mesmo 500 ovos.