PF faz operação para desarticular quadrilha que fraudava licitações


Por Redação JB Litoral Publicado 03/06/2016 às 09h36 Atualizado 14/02/2024 às 13h36

Foto: Divulgação
(FOLHAPRESS) – A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (3) mandados de prisão para desarticular uma quadrilha envolvida em fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro.
São investigadas fraudes em contratos que movimentaram mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação na Casa da Moeda. Segundo a PF, estima-se que, em propinas, o grupo movimentou cerca de R$ 70 milhões.

Os agentes cumprem dois mandados de prisão preventiva -de um auditor-fiscal da Receita e sua esposa, por crimes de corrupção ativa e passiva- e cinco de busca e apreensão em escritórios e residências em São Paulo e Brasília.
Batizada de Esfinge, a operação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e o Ministério da Fazenda.

Um dos alvos é uma consultoria que teria recebido R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude em licitação na Casa da Moeda.

O escritório teria recebido os valores sem prestar os serviços contratados. Teria ainda servido de fachada para intermediar o pagamento de propina do esquema, segundo a PF.
A licitação da Casa da Moeda investigada envolve a contratação do chamado Sicobe (Sistema de Controle da Produção de Bebida), que previa a instalação de equipamentos contadores de produção nas linhas de produção de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos).

Esse sistema é instalado pela Casa da Moeda nas fábricas de bebidas e realiza o controle, registro, gravação e transmissão da quantidade produzida. A informação é remetida para Receita Federal para fins de tributação.

O faturamento desse contrato, nos últimos seis anos, ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões, segundo a PF.

A operação é um desdobramento da Operação Vícios da PF, que investigou no ano passado um esquema de fraude em contratação de empresa envolvendo a Receita Federal e a Casa da Moeda.
Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.