Resgate da direção APPA para Paranaguá pode ocorrer com Frisoli e saída de Dividino


Por Redação JB Litoral Publicado 08/11/2017 às 23h50 Atualizado 14/02/2024 às 23h22

Rumores nos bastidores do poder  da capital dão conta da possibilidade de chegar ao fim a gestão dissociada da cidade, portuários, imprensa e comunidade portuária do Diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Henrique Tessuti Dividino com a possibilidade do retorno ao porto do ex-diretor Administrativo e Financeiro, Carlos Roberto Frisoli, nomeado pelo Governador Beto Richa (PSDB).

Ex-vereador na cidade e candidato a deputado estadual pelo PTB, partido que exerce a vice-presidência do Diretório Estadual, Frisoli teve que deixar o cargo para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e, após a eleição, retomou para sua atividade na operação portuária, desta vez, na iniciativa privada, onde possui 38 anos de experiência. Ele foi diretor da maior empresa da área e presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (FENOP) por 13 anos, onde continua atuando no Conselho Superior da entidade. Foi o fundador do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado do Paraná (SINDOP), graças à sua grande bagagem e experiência  no setor.

A cogitação de seu nome é vista com bons olhos na cidade e comunidade portuária, principalmente num momento onde o Diretor-Presidente postou nota, através da APPA, em apoio à decisão do Governo Federal de inserir o Silo Público Vertical de Granéis (Silão) no âmbito do Projeto Crescer e do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), conforme anúncio feito em agosto. O que prejudicará diretamente a Associação dos Operadores Portuários do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá (AOCEP). “Neste sentido, cabe mencionar que a decisão do Governo Federal de arrendamento de áreas públicas, segue única e exclusivamente o atendimento a legislação vigente, buscando o aumento da capacidade instalada do Porto de Paranaguá, que, aí sim, permitirá melhor atendimento das cargas do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, e outros”, diz a nota.

Acúmulo de problemas

Luiz Henrique Dividino, atual Diretor Presidente da APPA – Foto: Orlando Kissner

Desde que assumiu a direção da estatal, o Diretor Presidente vem acumulando uma série de problemas na APPA, entre eles uma suposta perseguição aos servidores de carreira, denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Administração dos Portos do Paraná (Sintraport), através do presidente Gerson do Rosário Antunes, o Gerson Bagé. Aliado a isso, a falta de manutenção da Avenida Bento Rocha que ao longo de sua gestão e que, somente agora, será revitalizada. Tem ainda o protecionismo ao contingente de cargos comissionados, a ponto de limitar-se de tão somente advertir o Chefe da Divisão de Manutenção Civil (DIMACI), Paulo Henrique Santos do Rosário, por problemas disciplinar, apesar do seu histórico de trato truculento, falta de ética e irresponsabilidade com os empregados de carreira, segundo o presidente Bagé. Também a conivência com as sucessivas trocas de função entre os advogados, Jackson Antunes Valente e Jacqueline Andrea Wendpap, no cargo de Diretor Jurídico da Diretoria Executiva do porto.

 

Minoria nos cargos em Paranaguá

No começo de julho, o Jornal dos Bairros fez uma reportagem sobre a Resolução Nº 17/2017 assinada pelo Secretário Estadual de Infraestrutura e Logística, José Pepe Richa, que determinou um aumento salarial para toda a diretoria da APPA, assim como benefício salarial para membros do Conselho de Administração da APPA (CONSAD).

A reportagem  questionou a Assessoria de Comunicação sobre a quantidade, níveis e valores das simbologias de cargos em confiança e de direção que compõem o quadro da APPA e quantos destes são exercidos por pessoas do litoral, mas, sem resposta, o jornal se viu obrigado a protocolar pedido de informação, por meio da Lei Federal 12.527/2011, de acesso à informação. Na época, a empresa pública respondeu que os esclarecimentos estariam disponíveis no Portal da Transparência e forneceu o endereço eletrônico de acesso. Num levantamento de todos os cargos em comissão na folha de pagamento do mês de maio se constatou que haver, na época, um total de 88 cargos comissionados, dos quais somente 15 ocupados por pessoas de Paranaguá e Morretes. Algo que pode mudar, a partir do momento que a direção portuária retorne para alguém comprometido com os interesses da cidade.