Rodoviária vive estado de abandono pela falta de segurança, limpeza e manutenção


Por Redação JB Litoral Publicado 06/05/2017 às 16h46 Atualizado 14/02/2024 às 18h20

Considerado como um dos principais cartões de visita da cidade, além de ser o grande responsável pela integração de Paranaguá com outros municípios do litoral, há anos que o Terminal Rodoviário Municipal se encontra em completo estado de abandono. É o que afirmam os licenciados do local, que já não sabem mais a quem recorrer para que o espaço seja recuperado e mantido.

Inaugurado na década de 1980, o local recebe milhares de pessoas diariamente, desde as que trabalham em outros municípios ou que vêm a Paranaguá todos os dias para desenvolver inúmeras atividades, como também aqueles que viajam a outros estados brasileiros, como São Paulo e Santa Catarina. Localizado no coração do Centro Histórico, próximo à Câmara Municipal, Complexo Esportivo Fernando Charbub Farah, Aquário Marinho e outros espaços importantes, basta uma volta rápida no entorno e no interior do terminal para perceber a revolta daqueles que necessitam utilizar o local, pois se deparam com: estrutura sucateada, banheiros sujos, ausência de policiamento, presença constante de moradores de rua, mau cheiro e vendedores ambulantes não cadastrados. Estes são alguns dos personagens do atual cenário do ambiente.

Para o cabeleireiro Darci Silvério, o qual atua há mais de 30 anos no espaço, a segurança é o principal problema.

“Eu estou aqui todos os dias para executar o meu trabalho e, diariamente, sofremos com a falta de segurança. Não há ninguém que zele por nós, não há policiamento, nem da Guarda Civil Municipal, nem da Polícia Militar. O resultado é a presença destes desocupados, que trazem medo a nós e a todo mundo que está aqui. É uma vergonha, nós, cidadãos de bem, ficarmos reféns destes vagabundos que ficam livres aqui, dormindo em todos os cantos da rodoviária, usando drogas, fazendo sexo, às vezes até armados, e nós trancados sem poder receber nossos clientes de forma digna”, disparou.

Outro ponto destacado por Silvério diz respeito à manutenção e limpeza do espaço. “O banheiro da rodoviária é uma pocilga. Como o acesso está livre, os moradores entram lá e fazem a festa. Danificaram a estrutura, sujam as paredes, roubam papel higiênico, deixam tudo bagunçado. A pior coisa foi o Ministério Público ter liberado a entrada ao banheiro. Em minha opinião, é impossível manter uma situação destas. Eu queria saber se quem liberou o acesso ao banheiro, usaria aquele espaço da forma como está”, ironizou.

Taxa de embarque

Outro ponto, destacado, diz respeito ao uso do dinheiro para a taxa de embarque. Segundo a licenciada Rosângela Caviquioli, o recurso adquirido pela prefeitura por meio deste mecanismo, deveria ser mais bem aproveitado. “Cada passageiro paga três reais de taxa de embarque embutidos no preço da passagem. Sabemos, por informações extraoficiais, que a prefeitura arrecada cerca de 40 mil reais por mês. Creio que isto seria mais do que suficiente para fazer uma limpeza digna, não só do banheiro, como também de todo o local, já que a sujeira é quase permanente, o teto está cheio de pombos mortos, que podem transmitir doenças. Não se pode deixar um espaço tão importante da cidade desta forma”, relatou.

Para ela a presença de desocupados prejudica a todos. “Há dias que eu preciso ficar até o período da noite aqui e é cada vez mais temeroso estar com seu comércio aberto por causa da presença dos nóias. Estes dias havia mais de quinze na entrada principal da rodoviária, bebendo, brigando, amedrontando as pessoas. Isto prejudica a imagem da cidade como um todo. De que forma queremos ser um polo turístico, se o Terminal Rodoviário é um antro de sujeira e permissividade?”, lamenta.

Sem resposta

A reportagem do JB procurou a administração do Terminal Rodoviário Municipal para ouvir a sua versão sobre o assunto, porém ninguém foi encontrado. Da mesma forma, a equipe fez rondas no interior do local para procurar guardas municipais, mas ninguém foi localizado. Por fim, a Secretaria de Comunicação foi procurada para falar sobre os problemas de limpeza, manutenção, segurança e taxa de embarque da Rodoviária. Porém, até o fechamento desta edição não houve resposta.