SANEPAR garante apenas 26% nos serviços de água e esgoto em Pontal, afirma Richa


Por Redação JB Litoral Publicado 27/01/2017 às 06h52 Atualizado 14/02/2024 às 17h37

Governador admite baixo serviço ofertado pela Sanepar em Pontal do Paraná. Foto/ AEN

O Governador Beto Richa (PSDB) entregou, no último dia 13, a primeira etapa das obras de ampliação do sistema de esgoto sanitário dos Municípios de Matinhos e Pontal do Paraná, no Litoral do Estado. De acordo com o governo estadual, o intuito da ampliação é o de beneficiar mais de 6 mil famílias com as novas obras.

Os números do saneamento, contudo, revelam dados da estagnação do serviço de esgoto, principalmente em Pontal do Paraná. Emancipado em 1996, após ser retirado do território parnanguara, o munícipio chegou a herdar uma rede de saneamento coletora, na época administrado pela Companhia de Água e Esgoto de Paranaguá (CAGEPAR), porém, após a criação do município, a Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) ficou com a responsabilidade de gerenciar a área na cidade. Passados quase 21 anos, segundo palavras do próprio governador, a companhia aumentará, com as obras, 75% de sua cobertura em Pontal do Paraná.
 

“Os investimentos são consistentes, um trabalho competente da Sanepar, que terá grande impacto na região. Consiste em um investimento de mais de 250 milhões de reais e vai promover 25 mil novas ligações no município”, afirmou o governador, durante a inauguração das obras.

 

Diante disto, pode-se constatar que, em 20 anos de atuação, a SANEPAR manteve inerte tanto o serviço de coleta de esgoto como o de distribuição de água na cidade litorânea já que, segundo a própria afirmação de Beto Richa, os serviços, atualmente, estão na casa dos 26% em Pontal do Paraná e 52% em Matinhos.
 

Estação de Tratamento de Esgoto da cidade. Foto/AEN/ Sanepar
 

Chuvas

Na última semana, diversos balneários de Pontal do Paraná sofreram com os efeitos das fortes chuvas de verão, que causaram inundações e alagamentos em inúmeras residências e comércios, pois, em virtude de os lençóis freáticos estarem no mesmo nível do mar, a ocorrência destes eventos é mais constante. Entretanto, tudo seria resolvido com a construção de estações elevatórias de água e esgoto, o que demorou mais de 20 anos para ser concretizado. Além disto, a ausência de esgoto tratado dificulta a balneabilidade das águas dos Balneários de Pontal do Paraná e Matinhos, problema que, segundo moradores, parece estar longe do fim.
 

Obras começam este ano na rede de esgoto. Foto/Sanepar

Investimentos

De acordo com informações divulgadas na Agência Estadual de Notícias, o programa de investimentos da Sanepar no Litoral, de R$ 250 milhões, inclui a construção de 29 estações elevatórias de esgoto, 500 mil metros de rede coletora e 25 mil ligações de esgoto. As obras serão concluídas no fim de 2018. Nesta primeira fase foram investidos R$ 70 milhões.

Contraste

Com 21 anos de emancipação política e população estimada em cerca de 20. 919 habitantes, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pontal do Paraná poderá ter serviços completos de água e esgoto, ofertados pela Sanepar, apenas a partir de meados de 2018. Em contrapartida, a CAB Águas de Paranaguá, instalada no maior município do litoral desde 1997, ou seja, praticamente desde o desmembramento de Pontal do Paraná, alcança mais de 75 % dos mesmos serviços em um município com população estimada em 151. 829 habitantes. A rede de esgoto alcança cerca de 534 quilômetros e a distribuição é feita em quatro postos de tratamento: Estação Emboguaçu, Estação Nilson Neves, Estação Samambaia e Estação Costeira. Nos próximos meses deverá entrar em operação a Estação Ilha dos Valadares.