Sem recurso, prefeitura de Antonina vai ‘licitar’ o carnaval
Depois de anunciar em outubro a possibilidade de não poder realizar o desfile cívico dos 218 anos de emancipação política de Antonina e, possivelmente, o carnaval desse ano, o prefeito João Ubirajara Lopes (PSC), o João Domero, conseguiu fazer o desfile, mas teme não poder financiar a estrutura do carnaval em fevereiro.
Diante do impasse, segundo o recém-empossado secretário de Indústria, Comércio e Turismo, César Broska, a prefeitura encontrou uma alternativa inusitada para resolver o problema ao anunciar a licitação do carnaval da cidade deste ano. [tabelas]De acordo com o secretário, haverá uma licitação onde a empresa vencedora irá bancar toda a estrutura necessária para a realização do carnaval. O edital já está pronto, mas diante do recesso ele foi lançado no dia 4 de janeiro. A empresa vencedora terá direito de explorar comercialmente toda a estrutura, desde a praça de alimentação, venda de bebidas e camarotes. Não haverá ônus algum para o município.
Questionado pelo JB sobre a possibilidade da licitação ficar deserta, Broska não soube informar o que ocorrerá e não confirmou se o carnaval promovido pela prefeitura acontecerá.
A reportagem do JB falou com alguns presidentes das escolas de samba, que estão temerosos com esta situação e já tomaram conhecimento da ideia da licitação da festa de Momo.
De acordo com João Leite, da Filhos da Capela, as agremiações já elaboraram um “plano B”, caso a solução encontrada não prospere e irão se informar com a 1ª Promotoria de Justiça, no retorno do recesso forense, quais a medidas que terão de tomar se resolverem realizar, eles mesmos, o desfile da escola. Se realmente não houver a estrutura, pretendemos desfilar com a escola ainda durante o dia”, sugere o presidente da Capela e, para isso, encaminharam indagações ao Ministério Público do Paraná (MPPR) para saber como proceder de forma legal.
Ausente da Avenida do Samba no ano passado, a Capela já está com enredo definido e o samba na ponta da língua, onde traz como tema a Sustentabilidade. A escola, que conta com o carnavalesco Marcelo Cecyn, está pronta para trazer 11 alas para a avenida e cerca de 500 componentes. Só na bateria deverão se apresentar entre 70 e 80 ritmistas.
Em Paranaguá, na gestão da extinta Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcultur), por muitos anos, a prefeitura negociou com empresas de bebidas o “direito de arena”, mas garantia a estrutura necessária para o carnaval. Acredita-se que a ideia de “licitar o carnaval” seja inédita no litoral, entretanto com pouco tempo para sua tramitação, o risco dela resultar em deserta é muito alto. Vale lembrar que a gestão do prefeito João Domero fecha 2015 com um total de R$ 81.257.441,99 em recursos públicos recebidos desde 2013. O Governo Federal representa a maior fatia de repasses totalizando R$ 53.568.811,44 até o momento, enquanto que o Governo do Estado já repassou R$ 27.688.630,55. Mesmo assim, a prefeitura diz não ter recursos para o
