Transplantes de órgãos mudam a vida de centenas de paranaenses


Por Redação JB Litoral Publicado 20/07/2016 às 20h25 Atualizado 14/02/2024 às 14h49

Rafael Verissimo, (2), que passou por transplante de coração, junto de seus pais, Rafael Veríissimo e Rosineia Ribeiro.Curitiba. Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

Mais uma vez o Paraná fecha o primeiro semestre comemorando excelentes resultados na área de transplantes de órgãos. O número de doações concretizadas já é 28% maior do que no mesmo período do ano passado. Isso permitiu que o Estado também batesse o recorde no número de transplantes, garantindo uma nova vida a 283 paranaenses.

“Mais que bater recordes, estamos tirando pacientes da fila de espera e salvando vidas. Isso não tem preço”, destaca o governador Beto Richa. Para ele, isso é resultado de uma mudança de conceito na gestão. “Hoje, saúde é levada a serio. Nunca o setor recebeu tanto investimento do Governo do Estado”, afirmou.

Um dos beneficiados com um transplante em 2016 foi o pequeno Rafael Ribeiro, de dois anos de idade. Diagnosticado com uma grave doença cardíaca, sua única alternativa era o transplante de coração. “Os médicos disseram que não havia perspectiva de cura. Nossa última esperança era que encontrassem um coração compatível, algo raro por se tratar de uma criança”, conta o pai Israel Veríssimo.

Rafael ficou três meses no cadastro de receptores do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná. “Foi uma espera muito angustiante. O tempo passava e o quadro clínico dele só piorava”, lembra a mãe Rosineia Ribeiro. “Até que na madrugada de uma segunda-feira recebemos uma mensagem, haviam encontrado um órgão compatível. Foi a melhor notícia que poderíamos receber”, complementa o pai.

O transplante de Rafael foi um sucesso. A cirurgia aconteceu no dia 11 de abril, no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, referência no atendimento infantil pela rede pública de saúde. Três meses após o procedimento, o menino se recupera bem, recebeu alta do hospital e vive com os pais na Capital. 

“Ele lutou muito para sobreviver e hoje é uma nova criança. Dá para ver no olhar, no sorriso que ele está feliz. Não pode ver uma bola que já quer logo brincar. Finalmente somos uma família completa”, afirma a mãe, emocionada por ter o filho em casa.

SOLIDARIEDADE ¨- Histórias como a do menino Rafael estão cada vez mais frequentes no Estado. A solidariedade dos paranaenses tem feito com que a fila de espera por um órgão venha ficando menor a cada ano. O cadastro, que já chegou a ter mais de 2.500 pessoas, hoje tem 1.952 pacientes à espera por um coração, fígado, rim ou pâncreas.

O curitibano Nilson José Dybas, de 43 anos, fazia parte desta lista em 2015. Com problemas no fígado, que depois também atingiram o rim, o representante comercial viveu três meses de idas e vindas ao hospital. “Meu fígado e meu rim funcionavam com apenas 20% da capacidade. Os médicos disseram que eu tinha pouco tempo de vida. Foi um momento muito difícil, que felizmente durou pouco tempo. Fiquei apenas 35 dias na fila”, explicou.

Pela gravidade do caso e pelo seu tipo sanguíneo raro (AB+), Dybas foi priorizado na procura de órgãos. O transplante foi feito no dia 16 de setembro e correu tudo bem. “Minha recuperação surpreendeu até os médicos. Em pouco tempo voltei a trabalhar e já estou liberado inclusive para praticar atividades físicas”, comemora o curitibano, que toma 12 medicamentos por dia para evitar que o organismo rejeite o órgão.

O representante comercial conta ainda que iniciou uma campanha para chamar a atenção de seus familiares, amigos e clientes sobre a importância da doação de órgãos. “Só quem passou por uma experiência dessa sabe o quanto este gesto é importante para salvar vidas. Nós, transplantados, seremos eternamente gratos às famílias que autorizaram a doação de seus entes queridos falecidos e permitiram que tivéssemos uma nova chance”, afirmou.

Segundo a diretora do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, Arlene Badoch, para se tornar um doador de órgãos basta que a pessoa expresse o seu desejo à família. “Não precisa deixar nada por escrito. É a família que autoriza a doação após ser declarada a morte encefálica”, diz.

Fonte: AEN