Vice-prefeito recusa prestar contas para manifestantes e Padre Luiz em Morretes
Passado pouco mais de um mês da manifestação liderada pelo Padre Luis Gonzaga Pires, sem solução à maioria das reivindicações levadas as ruas e apresentadas diante da Câmara de Vereadores, uma nova manifestação encabeçada pelo padre e com a presença do bispo Diocesano Dom João Alves do Santos, foi realizada no mês passado diante da prefeitura de Morretes.
De acordo com o padre, já algum tempo que a igreja trabalha na conscientização da população sobre seus direitos e, diante da realidade de postos de saúde, a interrupção do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) que atende cerca de quatro mil pessoas no município, anúncios de indícios de irregularidades sem que nada fosse mostrado nada para a população, o povo voltou às ruas.
A partir as 14 horas foi feita uma caminhada da praça da rodoviária até a prefeitura, onde foi pedido para falar com o prefeito Helder Teófilo dos Santos (PSDB), mas foram informados que ele estava em Curitiba. A tentativa de falar com o vice-prefeito, Arildo Greboggy, ficou resumida a um contato telefônico onde ele se recusou em prestar contas ao povo ao que estava acontecendo e até mesmo de apresentar sua versão dos fatos, informou o padre. “Era uma oportunidade para estabelecer um bom diálogo entre as pessoas. Estava presente conosco, o nosso Bispo Diocesano de Paranaguá o Dom João Alves dos Santos, que veio aqui falou e incentivou as pessoas expondo as manifestações. São ações sem violências, justas e dignas e a igreja tem que apoiar. Hoje o maior incentivador de tudo isso é o nosso papa Francisco, que disse que a gente tem que lutar pelas pessoas mais carentes, e a igreja está desempenhando o seu papel”, disse o padre.
Ainda segundo o padre, o vice-prefeito disse que falaria somente com quatro pessoas e foi levantada a questão que ninguém é eleito com quatro votos e que é o povo que elege. “Na época da eleição quanto mais gente tem em volta, mais felizes ficam e porque agora não quer o povo perto deles? Nós queremos uma resposta, uma justificativa e, se nós estivemos errados, nos corrigimos e engolimos aquilo que falamos, mas se a gente não estiver, queremos a saúde para o povo”, defende o padre.
A indignação dos morretenses que voltaram ás ruas se deve, porque na cidade tem posto de saúde funcionando pela metade, as vezes na parte da manhã, outras na parte da tarde, mas não todos os dias. “Nós temos oito postos de saúde, quem assistiu a entrevista pela RPC, viu quando estivemos visitando um posto de saúde que estava trancado com o portão no cadeado, sem enfermeiros, sem médicos, sem ninguém. Nosso povo ainda continua sofrendo, espero mudanças que já aconteceram, temos medicamentos hoje no hospital, que já está atendendo, já temos médico no hospital, não o suficiente ainda, mas já temos médico. Existe, ao menos, uma promessa até de abrir a maternidade, porque não dá para nascer em Morretes. Mas existe uma promessa e queremos ver se essas promessas se concretizam”, argumenta o padre que já recebeu a visita do Secretário Estadual de Saúde e garantiu que trazendo benefícios para o município. “Quem sabe isso até seja fruto das nossas manifestações”, finaliza o padre.