Vou com você para sempre’, diz ator que fez Santo na primeira fase


Por Redação JB Litoral Publicado 15/09/2016 às 18h37 Atualizado 14/02/2024 às 16h15

 (Foto: Greg Salibian/Folhapress)

(FOLHAPRESS) – O ator Renato Góes, que interpretou Santo na primeira fase da novela “Velho Chico” (Globo), homenageou Domingos Montagner -morto nesta quinta-feira (15)- com um post no Instagram.

“Agora eu sou eu e eu sou tu. Agora eu sou eu e tu. Eu vou com você para sempre. Esse, de mim, nunca vai sair. Te amo!”, escreveu ele na legenda de uma foto que mostra os dois atores sorrindo um para o outro. Os dois dividiram a interpretação de Santo ao longo da trama.

Além de Góes, outras celebridades e colegas de elenco homenagearam Montagner, como Irandhir Santos, que dá vida a Bento, irmão de Santo na novela.

Renato interpretou o produtor agrícola Santo nos primeiros capítulos da novela e acabou se aproximando de Montagner durante as gravações.

“Velho Chico” foi dividida pelos autores em duas fases. Na primeira, que se passa no final da década de 1960, a origem dos principais personagens da trama foi contada, incluindo o desenrolar da paixão proibida entre Tereza e Santo, interpretado então por Góes. Eles vinham de famílias reais.

Na segunda fase, a trama deu um salto de cerca de 30 anos e mostrou o que aconteceu com os personagens nesse período. Santo, já como Montagner, e Tereza voltaram a se encontrar.

No entanto, alguns mistérios ainda permanecem, como os traumas enfrentados por Afrânio nessas décadas.
 

Ator Domingos Montagner, 54, morre afogado no São Francisco

O ator Domingos Montagner, 54, morreu afogado na tarde de quinta (15) após mergulhar de uma pedra no rio São Francisco. Ele estava acompanhado da atriz Camila Pitanga, durante um intervalo das gravações de “Velho Chico”, novela das 21h da Globo.

Seu corpo foi encontrado por mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Sergipe. Estava a 18 metros de profundidade, preso em pedras, a cerca de 50 metros do local onde havia mergulhado.

Nascido em São Paulo em 1962, morador de Embu das Artes, Montagner era o protagonista da produção ambientada no Nordeste.

Em depoimento, a atriz Camila Pitanga contou que nadava com o ator quando sentiu uma forte correnteza e se segurou em uma pedra.

Ao perceber que o colega estava sendo levado, ela tentou agarrar sua mão por duas vezes. Montagner, então, afundou e voltou à superfície duas vezes, depois desapareceu. Ela gritou por ajuda aos que estavam na orla do rio, chamada de Prainha.

Os dois haviam almoçado pouco antes no restaurante Caçuá, próximo ao local. De manhã, gravaram cenas para a novela. As polícias civil e militar, o Corpo de Bombeiros e o Grupamento Tático Aéreo foram acionados e mobilizaram inicialmente 50 profissionais para as buscas, que incluíram dois helicópteros.

A atriz foi resgatada por uma lancha. O corpo de Montagner foi encontrado cerca de três horas e meia depois.

A novela estava nas cenas finais e Montagner deveria voltar ao Rio de Janeiro neste domingo (18).

Novela

A equipe da Globo se preparava para deixar a região. O último capítulo deveria ir ao ar no dia 30/9. Não se sabe agora que rumos a novela tomará. A novela é dirigida pro Luiz Fernando Carvalho e escrita por Benedito Ruy Barbosa.

Na trama, o personagem de Montagner vivia um agricultor que lutava contra coronéis da região. Em um dos embates, ele tomou três tiro e sumiu nas águas do São Francisco. Foi dado como morto, mas reapareceu numa aldeia, onde foi tratado por índios.

Foi a segunda morte que aconteceu durante as gravações de “Velho Chico”. Em abril, o ator Umberto Magnani morreu aos 75 anos devido a um acidente vascular encefálico (AVE).

Montagner era casado há 15 anos com a atriz Luciana Lima e deixa três filhos.

A região onde foi construída a usina hidrelétrica de Xingó, inaugurada em 1994, na cidade de Canindé de São Francisco, apresenta diversas fendas e cânions sob o leito do rio, onde se formam redemoinhos que podem ter puxado o ator para baixo. A profundidade máxima do local chega a 120 metros.

O município registra 12 mortes por afogamento desde 2005, numa média de um por ano, segundo dados do Sistema Único de Saúde. No início deste ano, um adolescente morreu ali ao navegar com um barco.

Segundo a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, que administra a usina de Xingó, a vazão atual da água é de 600 m³/s, dez vezes menor do que a vazão máxima, de 6.000 m³/s. O rio passa por uma seca histórica, e as comportas da usina estavam fechadas nesta quinta (15).