A fila espera, a saúde, a fome, não!
Nesta edição, trouxemos uma matéria que retrata a realidade, e não o que diz o INSS, sobre as perícias médicas necessárias para que os cidadãos tenham o seu benefício concedido. Atualmente, a fila de espera dura mais de 40 dias. Isso se nenhum agendamento a mais for feito. São 845 pessoas em busca do auxílio, em busca de uma renda necessária, afinal, quem tem problemas de saúde e está incapacitado de trabalhar precisa, e muito, disso.
São sete cidades no litoral, era de se esperar que o movimento fosse tão grande e que as pessoas conseguissem fazer o agendamento nas suas cidades. A grata novidade é a construção de um posto avançado em Guaraqueçaba, porém não ficou claro se vai haver a contratação de mais um médico por lá, se vai realmente agilizar o atendimento ou apenas facilitar para os guaraqueçabanos, que não têm internet, possam ir até o local.
O que causa mais estranheza é ouvir do INSS que não há qualquer problema ou demora, enquanto temos relatos de pessoas que vivem isso e não concordam com a afirmação. Um mês sem o benefício, é um mês sem comida na mesa, um mês de dificuldades, um mês de incertezas, um mês de tristeza para quem, muitas vezes, só pode contar com esse auxílio para sobreviver.
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Casos como o de pessoas acidentadas, igual o motoboy Lucas Gabriel Fernandes Rocha que, com 21 anos, teve sua perna direita amputada, precisou de várias cirurgias, cuidados e, no fim, teve apenas a família para contar, já que a ajuda do governo foi mínima. Quando damos voz à sociedade, esperamos que os órgãos públicos se sensibilizem e olhem para seu povo, afinal, qualquer instituição pública também é formada por cidadãos, por humanos, e o mínimo que esperamos é empatia com o próximo.
Quanto aos médicos, é necessário entender que a parte deles é feita, se são 21 perícias por dia, em média, com três doutores disponíveis, cada um atende um paciente por hora. O número não é baixo, uma hora para cada análise, para testes, olhar exames, observar consequências. Sendo assim, contratar mais médicos não seria a solução? Abrir postos avançados também? São novamente questionamentos da sociedade, que vive na espera de um agendamento, de uma revisão, de um auxílio.