MP denuncia integrantes do “Tribunal do Crime” por tortura e homicídio qualificado


Por Redação JB Litoral Publicado 12/12/2018 às 00h00 Atualizado 15/02/2024 às 06h02

Um caso de homicídio ocorrido no início de novembro levou o Ministério Público do Paraná, por meio da 6ª Promotoria de Justiça da Comarca, a apresentar denúncia criminal contra 10 pessoas, acusadas de integrarem o “Tribunal do Crime” em Paranaguá. O MPPR requer a condenação dos denunciados pelos crimes de tortura mediante sequestro, corrupção de menores, homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e meio cruel), ocultação de cadáver e associação criminosa (quadrilha ou bando). A vítima, um homem de 35 anos, foi torturada e morta – o corpo foi decapitado.

O crime causou grande comoção na cidade e foi praticado no dia sete de novembro. Segundo descrito na denúncia, por suspeitarem que o homem teria abusado sexualmente de uma criança, a mãe e o padrasto da menina buscaram os demais acusados, integrantes de uma facção criminosa. Pediram então que o caso fosse “julgado”. A vítima foi pega em casa, torturada e “sentenciada” à morte pelo grupo.

Alguns dos denunciados são suspeitos de pelo menos mais três homicídios similares, também com decapitação das vítimas e que foram praticados em Paranaguá.

 

PRISÕES

 

As prisões dos suspeitos foram realizadas pela Operação Adsumus, deflagrada pela 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá em duas fases. Na última etapa, que ocorreu na manhã de terça-feira, 11, foram presos cinco suspeitos. A primeira fase da operação ocorreu no dia 23 de novembro, quando três homens e uma mulher foram presos.

Os detidos são acusados de envolvimento em quatro assassinatos ocorridos na cidade neste ano, em que as vítimas foram decapitadas e os corpos jogados no Rio Emboguaçu. A suspeita é que pelo menos duas vítimas foram mortas por estarem envolvidas em crimes sexuais. Na operação, ainda houve a prisão de mais duas mulheres por tráfico de drogas e a apreensão de dois adolescentes.

 

ADSUMUS

 

A Operação Adsumus (palavra com origem no latim que significa “estamos presentes”), foi deflagrada com a finalidade de prender os suspeitos dessa sequência de homicídios. Na primeira etapa foram cumpridos 12 mandados judiciais, sendo cinco de prisão preventiva, um de busca e apreensão de menor e seis de busca e apreensão em domicílios.

Na ocasião foram presos Darcy do Nascimento Junior, de 32 anos, morador no Porto dos Padres; Tiago Xavier Luna, de 29, com endereço no Jardim Iguaçu; Adrian da Costa Araújo, 28, e sua esposa Wanessa Leite Marinho, 27, moradores no bairro Emboguaçu.

  Alex Sandro e Marcelo estão foragidos                                    

Os presos na segunda fase foram os irmãos Tawan Alves Olimpio, 18, e Hagnos Wislan Alves Olimpio, 20, moradores no Porto dos Padres; além de Lucas Gabriel Pontes da Silva, 19, e Welington Pontes da Silva, 27 anos, que também são irmãos e residem no Emboguaçu; e Leandro Rodrigues da Silva, de 33 anos, morador no Porto dos Padres.

Dois suspeitos de fazerem parte do “Tribunal do Crime” ainda se encontram foragidos. São eles Marcelo de Jesus Rosa Peres, o “Tio Tonha”, de 23 anos, e Alex Sandro Antero de Souza, também conhecido por “Lequinho”, 28. Os dois foram denunciados pelo MP, juntos com Adrian, Wanessa, Darcy, Tiago, Lucas, Welington, Leandro e Hagnos.