Câmara de Paranaguá derruba pedido para jornalista falar sobre liberdade de imprensa


Por Redação JB Litoral Publicado 16/08/2017 às 17h45 Atualizado 14/02/2024 às 21h22

Diante do cerceamento ao trabalho do repórter Pierre Andrade da TVCI, numa pauta esportiva e desprovida de qualquer polêmica, aliado a situações que colocaram Paranaguá, como a segunda cidade no país em perseguição a jornalistas no ano passado por políticos, na terça-feira-feira (15), o vereador Adriano Ramos (PHS), fez um pedido para uso da Tribuna Livre pelo jornalista parnanguara Maximilian Santos, que foi derrubado pela Câmara de Vereadores.

O requerimento contou com a assinatura dos vereadores Jaime Ferreira dos Santos (PSD), o Jaime da Saúde e Gilson Marcondes (PV) e visava expor aos vereadores e público presente, a importância da liberdade de imprensa e, mais ainda, no exercício profissional dos jornalistas, repórteres e demais profissionais da área de comunicação no país.


Sobre o Jornalista Maximilian Santos

 

Vale destacar que o jornalista, apesar de parnanguara, há muitos anos atua na imprensa de Curitiba, é Diretor na empresa TIPCOMM – Assessoria em Comunicação, colunista na empresa Jornal Bem Paraná, Coordenador de Comunicação Institucional na empresa Grupo UNINTER e Coordenador de Marketing na empresa RICTV Record e, recentemente lançou seu novo Portal de Informação o “Folha Gente”, projeto lançado no formato de coluna no jornal Folha do Litoral News. Ele também foi eleito pelo segundo ano consecutivo como o melhor colunista pela imprensa do litoral, no prêmio Troféu Imprensa de Paranaguá.

 

Objetivo do requerimento

 

Segundo o jornalista, requerimento visava apenas atentar a população e os legisladores do município, dentro do principal espaço democrático da cidade, que é a Câmara de Vereadores, para a importância da Lei da Liberdade de Imprensa (Lei federal 5.520/67). Esta lei está na Constituição Federal e deve ser seguida, para que o sistema democrático em Paranaguá seja mantido.

“É inadmissível que permaneçam ocorrendo na cidade perseguições aos profissionais da imprensa, com várias situações apontadas e testemunhadas em diferentes veículos de comunicação. Da mesma forma que professores usam a Tribuna Livre da Casa para defender a classe pedagógica, portuários utilizam para lutar por seus direitos, nós profissionais da imprensa, também queremos e precisamos ser ouvidos. Se a Câmara de Vereadores de Paranaguá, por qualquer motivo que seja não tem interesse em nos ouvir, se a maioria dos nobres vereadores quer fechar os olhos aos acontecimentos na cidade, se eles não querem defender a democracia constitucional, nós vamos levar nossa reivindicação para a Assembleia Legislativa do Paraná, Câmara dos Deputados e outros espaços democráticos”.

“Não vamos permitir que situações contra profissionais em atuação de trabalho sejam hostilizados, perseguidos ou proibidos de cumprir o seu papel democrático. O Sindicato dos Jornalistas já enviou nota de repúdio pelos acontecimentos esdrúxulos em Paranaguá. A cidade ainda deve seguir a Constituição Federal, e a Lei da Liberdade de Imprensa é bastante clara. Se for necessário, nós vamos nos unir e nos manifestarmos em plenário, ou ainda trazer a imprensa nacional para noticiar os fatos no município”, explicou.

Liberdade de imprensa é derrubada

 

Entretanto, o requerimento foi derrubado por nove votos contrários dos vereadores que fazem parte da bancada de apoio do prefeito Marcelo Elias Roque (PODEMOS) no Legislativo, contra apenas três favoráveis, justamente dos vereadores que assinaram o pedido para uso da Tribuna Livre, previsto no artigo 108, parágrafo 3º, Inciso X do Regimento Interno da Câmara.

Votou contra o jornalista Maximilian Santos falar sobre liberdade de imprensa os vereadores Nilo Monteiro (PP), líder da bancada de situação, Adilson Soares Zela (PPL), o Tucano, Fabio Santos (PSDB), Luiz Maranhão (PSB), Benedito Nagel (PSD), Ratinho Miguel (PSL), Sandra do Dorinho (PMB), Sargento Orlei Correia (PTC) e Waldir Leite (PSC), conforme mostra o placar da votação.