Diretor disse que ex-prefeito pode ter usado dinheiro público em sua casa


Por Redação JB Litoral Publicado 08/07/2014 às 21h00 Atualizado 14/02/2024 às 00h50

O JB teve acesso ao Termo de Declarações do ex-diretor da Empresa de Desenvolvimento de Paranaguá (Emdepar), Raudenir Andrete dos Santos, documento pertencente ao Inquérito Civil 0103.13.000174-8 do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR). Em sua declaração, o ex-diretor apresentou diversas notas fiscais ao MPPR, alegando que realizava pagamentos às pessoas físicas e jurídicas durante “o dia inteiro”, a mando do ex-prefeito José Baka Filho (PDT).

O ex-diretor iniciou seu depoimento citando que a nota fiscal Nº 31, de dezembro de 2005, foi de pagamentos feitos pela Emdepar, às empresas Proelman e Malucelli no ano de 2006. Raudenir ressalta que, apesar de realizar os pagamentos sob ordens do prefeito, “não sabia a motivação dos pagamentos, a finalidade das coisas que eram adquiridas, e muito menos se chegavam a fiscalizar qualquer prestação de serviço ou entrega de materiais”.

O serviço de fiscalização dessas empresas era feito por Ari Ferruci, da escola municipal Nascimento Júnior. Segundo depoimento de Raudenir, Ari Ferruci, depois de um período onde o ex-prefeito não o quis ajudar financeiramente, foi até a Emdepar, visivelmente alterado, onde relatou a todos que estavam na empresa, que “todo o material adquirido na Malucelli e na Proelmann, no início de 2006, foi utilizado na própria casa do prefeito Baka”. No depoimento do ex-diretor não informou qual seria o valor repassado pela Emdepar para essas empresas.

Vereador Jozias e veículos fantasmas da Emdepar

Outro político citado no depoimento do ex-diretor é o vereador Jozias de Oliveira Ramos (PDT). No depoimento, Raudenir afirmou que, com relação à notas fiscais da empresa Auto Peças Silva Reis Ltda, em 2006, eram cobradas na Emdepar por um funcionário do vereador Jozias de Oliveira Ramos (PDT) conhecido como “Nolo”. Um detalhe estarrecedor é que a Emdepar não possui nenhum veículo, portanto o ex-diretor observou “que não se sabe se estas peças foram efetivamente adquiridas e não sabe a finalidade da aquisição”.

Em 2010, a mesma empresa de autos peças aparece novamente em notas fiscais de pagamentos feitos pela Emdepar no inquérito do MPPR, apesar disso Raudenir afirma desconhecer a aquisição de peças para a Emdepar de empresa nesse ano, mesmo tendo sido diretor da autarquia nos dois mandatos do ex-prefeito Baka.

Empresa recebeu R$ 30 mil mas realizou o serviço

No mesmo depoimento, Raudenir afirmou que, mesmo constado em nota fiscal da Emdepar o pagamento à empresa Teligo do valor de R$ 30 mil a mando do ex-prefeito José Baka Filho, a empresa jamais teria prestado serviço para a Emdepar. A empresa que está localizada em Curitiba e realiza serviços elétricos, segundo consta no site http://www.dardus.com.br/empresa/1443740/Teligo-Servi%C3%A7os-DeManuten%C3%A7%C3%A3o-Eminform%C3%A1tica-Ltda.

A reportagem do JB enviou mensagem para o ex-prefeito Baka e para o vereador Jozias pedindo que se manifestassem sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.