Em final de gestão, Beto Richa contratou serviço de jatinho a R$ 4,8 milhões


Por Redação JB Litoral Publicado 03/05/2018 às 22h16 Atualizado 15/02/2024 às 02h40

Ao finalizar sua gestão, neste início de abril, o Ex-governador Beto Richa e atual pré-candidato a senador da República pelo PSDB, conseguiu, após cinco meses e três editais de licitação, contratar empresa para oferecer serviços de táxi aéreo por jatinhos ao Governo do Estado. Richa tentava desde dezembro de 2017, via Casa Militar, licitar o serviço, porém o edital sempre dava deserto (sem empresas interessadas). Apesar disto, na terceira tentativa a contratação aconteceu e custará R$ 4,8 milhões de dinheiro público dos paranaenses.

Segundo o edital, registrado sob o número 711870, foi contratada a empresa Helisul para oferecer “prestação de serviço especializado por empresa de táxi aéreo”. O ente privado é o mesmo que foi negociado por Richa em 2013, ainda na sua primeira gestão como governador do Paraná. O preço de R$4.860.000,00 milhões foi o teto indicado no processo licitatório para pagamento de um ano de serviços.

Segundo o edital, da primeira contratação da Helisul em 2013 até esta, realizada em 2018, uma exigência nova que o Estado baixou foi em torno da idade das aeronaves, aceitando aviões mais velhos do que a “fabricação máxima de 15 anos” exigida nos requerimentos anteriores que deram desertos. Cada quilômetro voado por membro do Governo do Estado custará R$ 36,00 de dinheiro público. A estimativa do Estado é de que os membros do Executivo voem nada mais, nada menos, do que 135 mil quilômetros ao longo de 2018 até o início de 2019, já com o novo governador a ser eleito, totalizando o valor milionário de R$ 4,8 milhões a serem pagos com recursos do erário público.

Aviões do Estado não são aptos para governador

A contratação do táxi aéreo é para permitir o deslocamento do Ex-governador Richa e da atual Governadora Cida Borghetti (PP), pelo Paraná, dando assim condições de segurança ao chefe do Executivo, segundo o edital. De acordo com o procedimento licitatório, o táxi aéreo dá mais condições de garantir a segurança da autoridade máxima do Estado, visto que as aeronaves pertencentes ao governo estadual seriam de uso compartilhado e não adequadas para transporte do chefe do Executivo do Paraná.

Três naves que o Governo já possui para transporte aéreo na Casa Militar e podiam ser utilizadas sem pagamento de táxi aéreo não são usadas pelo governador por, segundo o edital, serem “desprovidas de condições técnicas para a realização de voos em maiores altitudes e em maior velocidade”, onde “a utilização das referidas aeronaves fica prejudicada em situações meteorológicas adversas”, comenta o edital.

O edital acrescenta, ainda, que o governador possui compromissos dentro e fora do Paraná, algo que exige um “deslocamento aéreo eficaz, com rigor e criteriosa observância quanto à segurança de voo”, destaca. Outro item demonstra que o governador não quer dividir a aeronave, pois, segundo o edital, o uso dos aviões estatais deve ser compartilhado com as secretarias, entre elas a de Saúde, que transporta órgãos via Central de Transplantes.

 

*Com informações do Livre.jor (Jornalista Alexsandro Ribeiro), Portal da Transparência – Casa Militar e Helisul.