Prefeitura credita à Paranaguá Saneamento problemas das gestões Roque, Baka e Kersten


Por Redação JB Litoral Publicado 12/10/2018 às 00h00 Atualizado 15/02/2024 às 05h06
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Com pouco mais de um ano da assinatura do aditivo de contrato, a qual viabilizou a Paranaguá Saneamento a assumir os serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto na cidade, realizada pelo Prefeito Marcelo Elias Roque e toda a diretoria da Central de Água, Esgoto e Serviços Concedidos do Litoral do Paraná (CAGEPAR), a empresa vem sendo sistematicamente cobrada por problemas acumulados pelas gestões anteriores em Paranaguá.

A concessão do serviço de abastecimento de água e saneamento foi trazida pelo Prefeito Mário Manoel das Dores Roque, em 1997, por meio da Águas de Paranaguá, a qual tentou cobrar, erroneamente, o consumo de água tendo por base o número de cômodos das residências.

Ao longo de 21 anos a subconcessão e, posteriormente, concessão foi passada para outras empresas até que a CAB – Águas de Paranaguá foi comprada pela Iguá S.A, cuja anuência foi oficializada no dia 24 de julho do ano passado.

Na oportunidade, o então Diretor de Fiscalização da Cagepar, Luciano Salmon, ressaltou que seria um grande passo na questão da resolução dos problemas de saneamento da cidade. “Foi um processo exaustivamente trabalhado e acredito que o modelo, o qual o prefeito acatou, é o melhor para a cidade de Paranaguá”, destacou na solenidade de assinatura.

O Presidente da Cagepar, Paulo Sérgio Guedes, enfatizou que chegaram “ao melhor termo para a população de Paranaguá”.

Já o Prefeito Marcelo Roque admitiu que, desde o início de sua gestão, estava conversando com o grupo formado pelo BNDES, Votorantim e Bradesco, e que estas instituições iriam investir mais de R$ 300 milhões até o final do contrato e, nos próximos quatro anos, algo em torno de R$ 123 milhões.

R$ 47 MILHÕES EM 2018

Passados pouco mais de seis meses da assinatura da anuência pelo prefeito e diretoria da Cagepar, a Paranaguá Saneamento anunciou seu cronograma de obras para 2018, totalizando R$ 47 milhões em investidos.

Em agosto, mais uma vez, foi anunciada aplicação de R$ 31,5 milhões, por intermédio do Sistema Cominese, que beneficiaria 40 mil pessoas e elevaria para 90% o tratamento de esgoto domiciliar na cidade.  Valor que faz parte dos R$ 47 milhões anunciado em janeiro deste ano. Este investimento foi anunciado no lançamento da pedra fundamental da obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Cominese, contou com a presença do Engenheiro Ambiental da Agência Reguladora-Cagepar e o Diretor de Fiscalização do órgão, Guilherme Samways. Todavia, menos de dois meses desta solenidade, a prefeitura, através da Cagepar decretou intervenção na concessionária, que foi suspensa pela justiça em menos de três dias. Porém, no dia seguinte à suspensão (08), o prefeito Marcelo Roque, realizou uma nova reunião envolvendo segmentos da imprensa, vereadores da base de apoio ao prefeito, diretoria da Cagepar e a maioria do secretariado, para defender a manutenção da intervenção e apresentou denúncias de supostas irregularidades na Paranaguá Saneamento, as quais foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF). Para tanto, ele teve como embasamento um relatório da Ecotécnica, contratada pela agência reguladora, para fazer este monitoramento.
 

Lançamento da pedra fundamental da ETE Cominese

Acompanhado de Guilherme Samways, que está trabalhando na cidade há menos de dois meses, e do suposto interventor Odair José Pereira, atual Secretário Municipal de Administração e Recursos Humanos, o qual não faz parte da Agência de Regulação e nem do Conselho Municipal de Regulação da Cagepar, o prefeito elencou problemas, que são recorrentes das gestões que o sucederam, desde a de seu pai, Mário Roque.

Desconhecimento

Com pouco tempo de trabalho na cidade, porém, com um currículo que mostra experiência na área ambiental, o Diretor de Fiscalização da Cagepar, Guilherme Samways, informou, em visita à Estação Elevatória do Jardim Samambaia, que o equipamento não estaria funcionando, apesar de se tratar de um dispositivo de funcionamento automatizado e controlado pelo Comando Central de Operações (CCO).
 

Secretário, Prefeito e diretor fizeram as denúncias durante a coletiva de imprensa

O prefeito, por sua vez, denunciou a existência de possível crime ambiental e federal, pelo despejo de esgoto in natura no Rio Itiberê, situação que vem sendo amplamente divulgada e que possui ações tramitando na justiça, desde gestões passadas.

Marcelo disse, ainda, que 69% do esgoto na cidade é de rede unitária falsa e reforçou as palavras do Diretor de Fiscalização. “Não tem nenhum equipamento funcionando nas estações de tratamento e nas elevatórias, nenhum equipamento fazendo o tratamento de esgoto”, afirmou.

Sanepar não foi procurada

A repercussão da reunião com a imprensa e secretariado resultou em diversos comentários nas redes sociais e, em muitos deles, foi questionada a possibilidade de a prefeitura contratar a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) para atuar na cidade.

A reportagem procurou a estatal para saber se, ao longo deste ano e, nesse período de transição, foi procurada pela prefeitura ou Cagepar para saber se houve algum contato neste sentido. Através de nota, a Sanepar, informou que não houve nenhum contato. “A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informa que não foi procurada pela Prefeitura Municipal de Paranaguá para tratar da eventual prestação de serviço de saneamento básico para a cidade de Paranaguá”, fecha a nota.