Senado reclamará ao STF sobre busca em apartamento de Gleisi Hoffmann


Por Redação JB Litoral Publicado 23/06/2016 às 14h20 Atualizado 14/02/2024 às 14h00

(FOLHAPRESS) – O Senado irá protocolar no Supremo Tribunal Federal, ainda nesta quinta-feira (23), uma reclamação formal contra a ação de busca e apreensão realizada nesta manhã no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), onde também o seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, foi preso.

O entendimento da Casa é de que os casos de busca e apreensão em imóveis funcionais usados por senadores só podem ser realizados com autorização do STF e não de um juiz de primeiro grau, como aconteceu. A prisão e a busca foram autorizados pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.

Se a reclamação for aceita, os documentos e itens eletrônicos apreendidos não poderão ser usados no processo contra Paulo Bernardo. Sua prisão, no entanto, não deverá ser revogada.

O ex-ministro foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta, em Brasília, pela operação Custo Brasil, que investiga um esquema de corrupção supostamente usado para abastecer o caixa do PT.
Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, foi preso preventivamente, suspeito de ter se beneficiado de R$ 7 milhões em propina. O valor teria sido recebido por escritório de advocacia ligado ao petista.

Ele foi levado para a sede da PF em São Paulo, que centraliza a investigação, um desdobramento da Lava Jato. Esta é a primeira vez que um ex-ministro de Dilma é preso no âmbito da operação.

A prisão do ex-ministro na casa da senadora gerou protesto de alguns senadores ao longo do dia. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que a ação foi realizada apenas com o intuito de promover um “espetáculo” para criminalizar a política.

“Fizeram para atingi-la, sabiam que se tivessem que envolvê-la teriam que passar pelo Supremo Tribunal Federal. Estou desconfiadíssimo das motivações políticas desse caso”, disse Lindbergh.

Já o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB) destacou que é preciso manter a soberania do Senado e que as regras estabelecidas devem ser respeitadas. “As investigações têm apoio e são importantes. Mas é preciso coibir e ficar atento a abusos que podem ser cometidos”, disse.