Vereador quer saber quanto AMEP recebeu da Prefeitura de Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 24/07/2017 às 12h46 Atualizado 14/02/2024 às 21h02

 A dupla polêmica gerada pelo Pastor Irineu José da Cruz Alves, da Igreja Chama do Avivamento, e Presidente da Associação dos Ministros Evangélicos de Paranaguá (AMEP), por conta da 12ª Marcha Para Cristo e crítica pela falta de transparência na contratação envolvendo o cantor André Valadão, marcou a sessão de quinta-feira (13) na Câmara Municipal de Paranaguá, por novo requerimento do Vereador Jozias de Oliveira Ramos (PDT).

Vereador quer saber se prefeitura passou recursos para AMEP. Foto/JB

Em seu pronunciamento na sessão, diante de todos os vereadores, o Pastor Irineu foi taxativo ao afirmar que a Associação não recebe recursos para realizar a Marcha, alegando que são os fiéis que contribuem para a sua realização. Entretanto, após criticar duramente a interferência da prefeitura no evento deste ano, a ponto de dizer que “as decisões, por parte do Executivo em relação à Marcha para Jesus de 2017, foram tomadas à revelia da AMEP”, na semana seguinte o pastor posou para foto com o Prefeito Marcelo Elias Roque (PODEMOS), o Vice-prefeito Arnaldo de Sá Maranhão Junior (PSB), ao lado do secretário da AMEP, Apóstolo Emerson Casburgo e do Pastor Carlão.

 

Dois dias após este registro, o Vereador Jozias de Oliveira Ramos (PDT) apresentou na sessão um requerimento pedindo informação sobre repasse de verbas à AMEP, para a realização da Marcha Para Jesus. No requerimento o vereador quer saber se foram repassadas verbas no período de 2013 a 2016 e, se isto aconteceu, qual o montante. Pediu, ainda, cópia de todos os repasses, caso tenham ocorrido. Entretanto, em uma manobra legislativa o requerimento não entrou na ordem do dia e será discutido e votado no retorno do recesso, na sessão que acontecerá no dia 1º de agosto.

 

Ex-presidente da AMEP faturou quase um milhão

Em razão do requerimento do vereador Jozias Ramos, a reportagem fez um levantamento no Portal da Transparência da prefeitura, usando o CNPJ da AMEP e não encontrou nenhum valor entre os pagamentos realizados ao longo do período, que consta no pedido de informação do vereador, o qual será discutido em agosto.

Entretanto, ao pesquisar pelos nomes dos ex-presidentes da entidade, apareceram recursos em nome do Pastor Carlos Roberto dos Santos, da Comunidade Ceia, que presidiu a entidade no final da gestão do Prefeito José Baka Filho (PDT), ano eleitoral de 2012, e que exerceu o cargo de vice-presidente na gestão do Pastor Emerson Casburgo, a partir de 2013, após uma tensa articulação para se manter o mesmo grupo no comando da entidade evangélica. O levantamento feito pelo JB mostrou que o Pastor Carlão, como é mais conhecido, recebeu um total R$ 798.774,72 durante os quatro anos da gestão do Prefeito Edison de Oliveira Kersten (PMDB), por meio de sua empresa, a Tipografia Santos, aberta em 1981. Porém, no ano eleitoral de 2012, último da gestão Baka Filho, a empresa do Pastor Carlão recebeu um total de R$ 130.901,90 que, somado ao período da gestão Kersten, totaliza em R$ 929.676,62 de 2012 a 2016.  Procurado pela reportagem para falar sobre estes valores, o Pastor Carlão se mostrou surpreso com os recursos e, inicialmente, disse: “não tenho como ver isto” e completou afirmando não saber do que se tratava. Mesmo assim, nesta semana, o jornal abre espaço para o Pastor se manifestar sobre o assunto, caso deseje.