Com recorde atrás de recorde, porto de Paranaguá recebe “gigantes” cada vez maiores

Obras de derrocagem e serviços de dragagem permitem receber as embarcações com maior capacidade, afirma Portos do Paraná


Por Flávia Barros Publicado 12/04/2024 às 17h28

Maior embarcação em capacidade, maior navio de líquidos, maior porta contêineres, maior navio de fertilizantes. Desde o ano passado tem se tornado cada vez mais frequente a chegada dessas embarcações gigantes no porto de Paranaguá.

No último dia 31 foi a vez de mais um recorde para o terminal parnanguara, com o navio porta-contêineres MSC C. Montaine, que atracou no porto, conquistando o título de maior embarcação em capacidade já recebida no Paraná. Com 366 metros de comprimento e 51 metros de largura, o navio supera as embarcações irmãs MSC Elisa XIII e MSC Natasha XIII, recebidas em janeiro e fevereiro deste ano. As duas tem o mesmo comprimento da C. Montaine, mas são mais estreitas, com 48,20 metros de largura.

O MSC C. Montaine permite uma capacidade de até 15.413 TEUs (medida utilizada para 20 pés de comprimento de contêiner), 6,7% maior que a capacidade de carga dos navios MSC Elisa XIII e MSC Natasha XIII.

O porto de Paranaguá foi o primeiro do Brasil a receber a autorização oficial para operação de um navio deste porte e, também, o primeiro a operar, de fato, navios New Panamax. A qualidade da infraestrutura, aliada à segurança operacional, nos permite receber regularmente estas novas embarcações, demonstrando a capacidade e confiabilidade do nosso porto”, destacou o diretor de operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

navio porto pgua
No mês passado, porto parnanguara recebeu o Cielo Rosso, maior navio de líquidos de sua história, com 228 metros de comprimento e calado de 12,5 metros. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

O que permite o recebimento dos grandões

Ainda segundo a Portos do Paraná, para receber os meganavios, a empresa pública investe em obras de derrocagem e serviços de dragagem para aumentar a profundidade do canal. Atualmente, no terminal de contêineres, o calado (que é a profundidade entre o ponto mais baixo do navio até a linha d’água) está com 12,3 metros nos canais principal e alternativo.

Em novembro do ano passado, a empresa anunciou que vai aumentar o calado operacional dos navios em cinco berços no porto de Paranaguá, sendo eles 201, 202, 204, 209 e 211, de 12,5 para 12,8 metros. A ampliação do calado tem impacto direto na capacidade de embarque, garantindo maior competitividade no mercado internacional. Em média, cada metro de calado operacional significa cerca de 7 mil toneladas a mais de granéis movimentados. O ganho operacional estimado é de 2,1 mil toneladas a mais de carga, por navio. Ou seja, inicialmente, mais de 378 mil toneladas no ano, para uma média de 180 navios.

Outros gigantes

Apesar dos números impressionantes, o MSC C. Montaine não foi o único a trazer recordes ao porto de Paranaguá em 2024. Em 18 de março, o local recebeu o maior navio de líquidos de sua história, o Cielo Rosso. Com 228 metros de comprimento e calado de 12,5 metros, a embarcação tem o tamanho equivalente a um prédio de 64 andares. De bandeira liberiana, é o maior do tipo a operar no porto. Com capacidade para 70 mil toneladas, o Cielo Rosso descarregou 19,5 mil metros cúbicos de óleo diesel no píer privativo da Cattalini Terminais Marítimos.

Só é possível receber um navio deste porte graças aos investimentos realizados pelo poder público e iniciativa privada. A dragagem de manutenção continuada e a segurança em nossos acessos marítimos, somadas à estrutura de defensas, dolphins e píers da empresa, são determinantes para que o porto atenda a demanda de embarcações cada vez maiores”, explicou, na ocasião, o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

navio porto pgua
Navio italiano Grande Abidjan, o maior em capacidade do tipo Ro-Ro já atracado no porto de Paranaguá, foi um dos destaques de 2023. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Recordes em todos os setores

No ano passado, entre os recordes em tamanho/capacidade, chamaram a atenção o maior navio de fertilizantes do mundo, o Red Marlin, que desembarcou 73.310 toneladas de sulfato de amônio, e o navio italiano Grande Abidjan, o maior em capacidade do tipo Ro-Ro (Roll on-Roll off), já atracado no porto de Paranaguá, suportando 71 mil toneladas de carga. Na primeira viagem, o navio carregou 1.565 carros leves (Volkswagen e Renault) e 13 chassis de ônibus; e descarregou 87 contêineres vazios. 

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *