Esquecida desde 2015, Exposafra deixa de gerar mais de 1000 empregos em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 31/05/2017 às 18h22 Atualizado 14/02/2024 às 18h35

Considerado um dos principais eventos em período de baixa temporada e um dos maiores do setor de mecânica pesada e comercio de caminhões, a Exposafra – tradicional feira do setor graneleiro do Brasil – que contava com o apoio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) desde 2015 deixou de ser realizada em Paranaguá.

Organizada pela Revista Caminhoneiro e realizada no pátio de Triagem da APPA, por 18 anos ininterruptos o evento constituiu-se como um dos principais encontros do setor de grãos no país, atualmente deixa de gerar cerca de 1.000 empregos indiretos neste mês no município.

Apesar de não estar mais sendo realizada, a atual gestão, em fevereiro deste ano, através da então Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Vera Lucia Fernandes Trotta Telles, inseriu a Exposafra no Calendário Oficial de Eventos do Município de 2017, com sendo a 21ª edição, a ser realizada na 1ª quinzena de maio, segundo o Decreto Municipal 194/2017. Entretanto, mais uma vez o evento não foi realizado.
 

Feira gerava cerca de 1000 empregos indiretos. Foto: Asscom/Appa

Para Orivaldo Quatrini, um dos organizadores do evento, a instabilidade econômica do país é um dos motivos para a paralisação da exposição.

“A Exposafra era uma grande vitrine para todos os envolvidos no setor portuário e na área de grãos de uma forma geral. Em 2014, quando aconteceu pela última vez, houve muitas novidades, como a oportunidade de realização de test drive por parte dos caminhoneiros, além de outros atrativos. Porém, o grave momento de crise que o país passou a viver desde então fez com que o evento perdesse força no sentido de atrair patrocinadores e conseguir se viabilizar. Não há outra justificativa plausível. A Exposafra não está sendo realizada em virtude disso”, explicou, por telefone.

 

Evento rendia 1.000 empregos indiretos
 

De acordo com Leslie Camargo, promotora de eventos, responsável por recrutar garotas para o trabalho de recepção e de modelos durante a feira, a não-realização é muito prejudicial à cidade. “Eu participei da Exposafra desde a sua primeira edição. Trabalhei como modelo nos estandes e ali tive a oportunidade de ter outros encaminhamentos tanto na área da moda, como em outras também. Foi muito importante para mim. E hoje, ao perceber que não estamos mais recebendo isso em nossa cidade me deixa triste pelo fato que esses quatro dias de evento eram importantes para movimentar não só o porto, mas também outros pontos da cidade, como o setor de turismo, alimentação, hotelaria. Ela era um chamariz para o mês de maio em Paranaguá, já era uma tradição e, agora, o mês está no seu final e a cidade não teve absolutamente nada”, lamenta.

Ainda segundo Leslie, mais de 1000 empregos indiretos eram gerados durante esse período. “As meninas que eram selecionadas para trabalhar com a gente participavam nos setores de recepção, auxiliavam nas apresentações dos estandes e também na logística do evento. Em 2014, quando houve pela última vez, elas também participaram nos testes drives que foram feitos nos caminhões, o que foi uma novidade naquele ano. Junto às meninas, cerca de 1200 pessoas trabalhavam de forma direta e indireta na Exposafra. Lamento o fato desses empregos não estarem sendo mais gerados e também pelas meninas que participavam, já que aquela era uma oportunidade para o primeiro emprego ou para um encaminhamento para o mercado de trabalho formal”, pontua.