Luiz Fernando: Meta da gestão é não ter contratos precários e arrendar todas as áreas


Por Redação Publicado 20/03/2023 às 00h34 Atualizado 18/02/2024 às 07h17

Em datas comemorativas, é praxe fazer uma reavaliação do período que passou e também fazer projetos para o futuro. É assim que o diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, analisou o momento atual, pensando no que conseguiu construir nos últimos quatro anos e no que pretende fazer ao longo da gestão. Ele falou de metas, projetos, obras e fez, também, uma análise de conjuntura política a partir do momento portuário em relação ao novo governo federal.

JB Litoral – Quais os principais diferenciais do porto de Paranaguá?


Luiz Fernando Garcia da SilvaÉ a integração das operações. A gente replicou esse modelo no lado oeste do Porto, que começa a se expandir cada vez mais. E sobre líquidos, nós temos uma condição em que todos trabalham com compartilhamento de infraestrutura de acostagem. Foi a metodologia desenvolvida aqui no Paraná para que pudéssemos explorar esse menor espaço geográfico que nós temos, da melhor maneira possível, chegando a quase 60 milhões de toneladas no ano passado, com pouco mais de quatro quilômetros de condução de atracação. Também temos a nossa comunidade portuária. São empresas que se unem, são concorrentes entre si na maior parte do tempo, mas quando temos uma condição ou a necessidade de uma defesa, há um movimento para o avanço. Essa é uma grande qualidade que temos aqui, com todos se respeitando, mas em prol de um desenvolvimento. Outro integrante importante da cadeia são os trabalhadores. É natural haver um antagonista de decisões entre a classe patronal e a laboral, mas aqui temos um sentimento onde há um apoio mútuo.

JB Litoral – São muitos os números grandiosos, com recordes atrás de recordes. Mas qual é a sua meta principal?


Luiz Fernando Garcia da SilvaTalvez não seja dimensionada em números. Mas minha vontade, enquanto presidente, é conseguir leiloar todas as áreas que nós temos disponíveis. A ideia, com o apoio do governador Ratinho Júnior, é que a gente consiga ao final de um curto espaço de tempo, pois estamos há quatro anos nos estruturando para isso; é poder dizer, daqui a algum tempo, que não tem nenhuma área sem contrato adequado ou nenhuma área ociosa. Isso terá um reflexo na movimentação, mais empregos, mais investimentos, mas o nosso propósito aqui é de termos todas as condições operacionais postas no jogo.

JB Litoral – Como está o trabalho para bater essa meta?


Luiz Fernando Garcia da SilvaÉ sempre um trabalho difícil, porque precisa ter plena segurança jurídica para aqueles que ganharem o leilão. Então, é um processo que leva no mínimo dois anos desde a estruturação de um estudo até chegarmos na data. Além de áreas com contratos precários ou sem contrato, teremos o PAR14 e PAR15, longamente discutidos em audiência pública, com consulta pública, e chegaremos com condições de responder as 400 contribuições e encaminhar o processo ao Tribunal de Contas da União. Em paralelo, já estamos estruturando a área de PAR3 de fertilizantes, um misto de área greenfield e brownfield. São essas áreas que nós queremos licitar. Nós não podemos deixar um contrato que acabou faz muito tempo sem definição. Essa é uma questão de previsibilidade. Queremos que, quem olhe para o Paranaguá, consiga saber o que vamos fazer nos próximos 25 anos.

JB Litoral – Como está a concessão do canal de Paranaguá?


Luiz Fernando Garcia da SilvaJá são dois anos de discussão do projeto. Em princípio, a nova gestão gostou da ideia. E nós estamos confortáveis com a primeira proposta de modelagem. Se tudo continuar no mesmo rumo, em breve a Antaq deve abrir consulta pública.

JB Litoral – O JB chegou a anunciar a contratação de um sistema espanhol para gestão colaborativa.  Como está a implantação?


Luiz Fernando Garcia da SilvaNós contratamos com a Fundação Valencia Port dois produtos. É uma implantação em camadas. São ferramentas que a gente vem utilizando, mas não ainda na sua potência máxima. Não é um produto de prateleira. Eles têm que olhar como Paranaguá funciona e aí sim propor de uma metodologia para aplicarmos. É isso que vamos receber para sua implantação efetiva.

JB Litoral – A partir da troca de governo na esfera federal, quais as perspectivas para 2023?


Luiz Fernando Garcia da SilvaAté o momento não identificamos qualquer problema político que interfira eventualmente na nossa logística. Em 2023 temos a perspectiva de um volume recorde nessa primeira safra de soja e a expectativa de uma concessão rodoviária do Paraná, que é importantíssima. São investimentos que vão ocorrer no estado inteiro e trarão cada vez mais cargas ao porto. Nós temos boas perspectivas também no setor ferroviário, mas podemos entender como um projeto de um pouco mais longo prazo. Enfim, nós temos aqui condições mercadológicas, nunca sabemos o dia de amanhã, mas são muito favoráveis.