Mais de 50 dias após deslizamento que restringe acesso a Paranaguá, obras de contenção ainda não iniciaram na BR-277


Por Redação Publicado 04/12/2022 às 15h23 Atualizado 17/02/2024 às 23h06

Noite de 14 de outubro, cerca de 30 toneladas de rochas despencam e interditam o Km-42 da BR-277, em Morretes, sentido Paranaguá. Um caminhão foi atingido, mas não houve feridos. Bloqueio total por horas, desvio feito pela contramão, rochas retiradas, dias de transtornos, tráfego lento dia após dia, com congestionamentos registrados. Transtornos que vêm causando prejuízo e, de acordo com estudo feito pela Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), provocou a perda de quase R$ 35 milhões em negócios no setor do transporte rodoviário, aos 25 dias do ocorrido, quando ainda estava na metade do tempo atual. O levantamento usou como comparativo uma carreta com capacidade de transportar 54 toneladas até o Porto de Paranaguá. Os valores foram calculados levando em conta 25 dias e o custo por 8 horas de trabalho e também o valor de uma diária de um caminhão em Paranaguá. Os valores calculados também levam em conta o aumento do tempo de viagem que os caminhoneiros estão enfrentando com a interdição de uma pista na BR-277. Com o trecho completamente livre, a velocidade média de um veículo deste porte é de 48 km/h. Já com a pista interditada, caiu para 28 km/h. O prejuízo só aumenta, principalmente se levar em consideração o tempo em que o acesso ficou completamente bloqueado na semana passada devido aos deslizamentos ocorridos nos trechos seguintes, nos Km 40 e 41 da rodovia.

PASSOS DE TARTATUGA


O que muita gente anda se perguntando é por que a situação continua sem avanços quase dois meses depois do ocorrido. Em 17 de novembro, portanto, pouco mais de um mês após o deslizamento, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) selecionou a empresa que fará as obras de contenção no trecho, por meio de dispensa de licitação, devido ao caráter emergencial das obras. Desde então, alguns prazos foram ventilados, um deles de que a liberação de mais uma faixa sentido Paranaguá será liberada até os festejos natalinos; o outro de que as obras de contenção estariam finalizadas até janeiro de 2023.

A OBRA


O contrato assinado nos últimos dias é de R$ 1.651.722,78 (um milhão e seiscentos e cinquenta e um mil e setecentos e vinte e dois reais e setenta e oito centavos)  e contempla a contenção da parte de cima da encosta, onde ficam as rochas maiores e será instalada uma tela metálica, fixada com pregos. O prazo total da obra é estimado em 60 dias. Há duas semanas o secretário de Infraestrutura do Paraná, Fernando Furiatti, declarou que, em um primeiro momento, apenas o ponto onde houve o desmoronamento será contido. Porém, o DNIT vai avaliar se há risco em outros trechos. Já o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou que tem pressionado o DNIT na questão técnica para que as obras avancem. “Tem que ser feito com responsabilidade. Ninguém quer liberar uma rodovia que, daqui a pouco, uma pedra acabe rolando por cima de um carro e aconteça uma fatalidade“, afirmou.

NOVA VISTORIA


Em contato com a assessoria de comunicação do DNIT para consultar quando as obras serão iniciadas e os motivos que justifiquem a demora, o JB Litoral foi informado que nesta segunda-feira (5), técnicos do órgão vão ao trecho dos deslizamentos e poderão responder de forma atualizada aos questionamentos da reportagem.