Paranaguá na linha de frente: sindicatos lutam por direitos dos TPAs em conferência internacional realizada na Inglaterra
Nos dias 8 e 9 de maio, a cidade de Liverpool, na Inglaterra, sediou a conferência anual do Conselho Internacional dos Trabalhadores Portuários (International Dockworkers Council – IDC), que reuniu mais de 300 delegados de sindicatos portuários de todo o mundo, entre eles, três de Paranaguá. O evento foi marcado por discussões intensas sobre uma série de questões fundamentais relacionadas ao trabalho nos portos globais.
A delegação brasileira, composta por sete representantes da Federação Nacional dos Conferentes de Carga e Vigias (FENCCOVIB) e da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), teve papel de destaque nas discussões. Entre eles, estavam três parnanguaras: José Eduardo Antunes, Marcos Ventura Alves e Raudimar Andrete, que representam, respectivamente, o Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga, o Sindicato dos Vigias Portuários e a Frente Intersindical.
A conferência serviu como palco para que os representantes dos portos do Brasil denunciassem as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores portuários, especialmente em Itajaí (SC), onde há uma tentativa de privatização do porto público, e os ataques aos trabalhadores portuários avulsos (TPAs) em relação à tentativa de retirada dos seus direitos de exclusividade profissional.
“Esses ataques aos TPAs, seja no Supremo, com a Ação Direta de Inconstitucionalidade, na Câmara Federal, ou com a criação de uma Comissão de Juristas que não representa os trabalhadores portuários avulsos, são preocupantes”, alerta José Eduardo Antunes, presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga nos Portos do Paraná.
Apoio internacional
Ele enfatiza a importância do respaldo do IDC para a luta dos trabalhadores portuários brasileiros, destacando a necessidade de preservação da autoridade portuária pública e dos direitos dos trabalhadores avulsos.
“Essa conferência nos deixa com o respaldo importante do IDC em nossa luta pela manutenção da autoridade portuária pública e pela preservação da exclusividade profissional dos trabalhadores portuários avulsos, conforme previsto na legislação. Além disso, o Conselho também está mobilizado conosco para qualquer eventualidade de uma futura paralisação ou se houver algum avanço na Comissão de Juristas que venha a prejudicar ou retirar algum dos direitos dos trabalhadores”, disse.
A conferência também foi marcada pela apresentação de relatórios abrangendo diversos temas, como segurança no trabalho portuário, igualdade de gênero, capacitação de jovens trabalhadores, automação e solidariedade internacional entre os sindicatos. O principal objetivo das discussões foi assegurar a proteção e a promoção dos direitos dos trabalhadores portuários em todo o mundo.
Segundo José Eduardo Antunes, a participação brasileira na conferência demonstra a importância da união internacional para fortalecer a luta por melhores condições de trabalho. “É como diz o lema do IDC: ‘Se estamos unidos, é impossível falhar’”, conclui.