Saiba como parte do setor avalia a escolha de Marcio França para o Ministério de Portos


Por Redação Publicado 25/12/2022 às 12h50 Atualizado 18/02/2024 às 00h48

O anúncio do nome que ocupará o Ministério de Portos e Aeroportos – que deixa de ser uma Secretaria Especial dentro do Ministério da Infraestrutura e ganha status no governo federal – criou uma situação inusitada. Um futuro governador de São Paulo foi trocado por um ex-governador de São Paulo. Tarcísio Freitas foi, até março, responsável pela área portuária. No intervalo entre abril e dezembro, o posto foi ocupado por Marcelo Sampaio. A partir de janeiro, a pasta será ocupada por Márcio França, que comandou o maior estado do País até 2018. A decisão foi comunicada nesta quinta-feira (22), pelo presidente eleito Lula.

A escolha gerou reações imediatas – algumas ainda somente nos bastidores, por causa do temor de mudanças bruscas nos rumos da administração portuária. Aliás, a primeira medida anunciada por França foi o cancelamento do processo de privatização do Porto de Santos. O futuro ministro tem uma relação muito próxima com a região, tendo sido prefeito de São Vicente, na Baixada Santista. Filiado ao PSB, ele faz parte da cota de ministérios cedidos a partidos aliados e também vai para o primeiro escalão como “pagamento” por ter desistido de concorrer ao governo de São Paulo neste ano, numa tentativa de dar mais espaço para a candidatura de Fernando Haddad (PTB). Disputou uma vaga para o Senado, mas acabou derrotado pelo astronauta e ex-ministro Marcos Pontes (PL). Ainda não foi divulgada nenhuma informação sobre as percepções do futuro ministro sobre os portos do Paraná.

Percepções


Sérgio Aquino, presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), comentou o anúncio de França para o ministério. Ele analisa a partir de duas perspectivas: pela estrutura e pelo perfil do escolhido. “Estamos retomando uma experiência que foi muito positiva no segundo governo Lula, quando criou a Secretaria Especial de Portos com status ministerial, ocupada por Pedro Brito entre 2007 e 2010”, diz.

Especificamente sobre o novo ministro, Aquino destaca que França tem conhecimento do setor, além de ser proveniente de uma região portuária. “Foi também um deputado federal muito atuante na área”, lembrou, acrescentando que se trata de alguém com experiência administrativa. “Estamos vendo isso de maneira otimista”, complementou. O presidente da Fenop contou que a agenda de pautas estratégicas foi encaminhada para o grupo de transição, nas mãos da ex-ministra Miriam Belchior, e espera que demandas como a legislação laboral e a descentralização, recuperando as administrações portuárias locais, sejam consideradas. “Desejamos sucesso, pois conhecimento da área ele já dispõe”, afirmou.