Sem operação- Porto de Antonina vira pátio de estacionamento exclusivo


Por Redação JB Litoral Publicado 25/04/2017 às 11h47 Atualizado 14/02/2024 às 18h12

Sem operação com navios na sua faixa portuária, desde os anos 70, com a paralisação da indústria Matarazzo, importante geradora de negócios e empregos da época, hoje, retratada pelo conjunto de prédios em ruínas no final da avenida, a qual leva o nome da família, a faixa primária do Porto Barão de Teffé, área pública, nos últimos anos se transformou em um exclusivo pátio de estacionamento em Antonina.

O terminal que, em 1920, foi considerado o 4º maior porto em exportações no Brasil, após a conclusão da estrada da Graciosa e do terminal ferroviário, o qual ligou a cidade à Curitiba, ganhou nova roupagem em sua fachada, depois que o Ex-vereador antoninense, Luis Carlos Souza, o Luis Polaco, assumiu a direção portuária.

O investimento no porto não ficou restrito ao acesso para a faixa primária e, em seu interior, foi colocada uma estrutura de iluminação tornando a maior parte da área pública segura e clara, apesar de ainda não haver movimentação de mercadorias em seu píer de atracação.

Foto/JB

Todavia, nos últimos anos a área pública tem sido usada para estacionamento e pernoite de caminhões que descarregam no terminal privado que fica próximo do público.

Diante da legalidade desta situação, uma vez que o uso de área pública deve ocorrer com autorização do gestor do terminal portuário ou do Governo do Estado, responsável pela delegação concedida pelo Governo Federal, a reportagem enviou na semana passada, dia 18, para a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), seis questionamentos no sentido de esclarecer o uso da área por estes motoristas. Foram elas: 1 – De onde e de quem são os caminhões? 2 – Com que autorização eles usam a área pública como estacionamento? 3 – Existe uma SEV destes caminhões? 4 – O porto cobra alguma taxa pelo uso do seu espaço público? 5 – Na possibilidade de um furto ocorrendo, enquanto estiverem na área pública, de quem é a responsabilidade pelo ressarcimento do dano? 6 – A iluminação do pátio onde ficam os caminhões foi feita para esta finalidade? Se não, por que razão foi feita? 6 – Desde quando a área pública vem sendo usada para esta finalidade?

Porém, até esta segunda-feira (24), não houve nenhuma resposta da APPA, da Assessoria de Comunicação e, tampouco, da Diretoria do Porto de Antonina.

Em razão da ausência de resposta, nesta semana o JB irá protocolar as mesmas perguntas junto à APPA, usando desta vez, a Lei Federal de Acesso à Informação 12.527/2011.     

 

História

As mudanças na economia mundial após a segunda Grande Guerra Mundial e o fim do ciclo da erva-mate, foi o fato que determinou o declínio da economia de Antonina e das atividades de Porto Barão de Teffé, como também a paralisação da indústria Matarazzo.

O projeto inicial do porto capelista foi de Antônio Rebouças e seus sócios em 1872, que adotavam o Barão de Teffé como terminal da ferrovia. Também era esta a vontade do Presidente Zacarias.

A instalação do primeiro armazém ocorreu antes mesmo do projeto se tornar realidade, em 1858, e o primeiro navio atracado foi o “Gentil Campinas”, em 1842, segundo consta o livro do advogado, historiador e portuário, Algacyr Morgenstern, que trabalhou quase 40 anos na APPA e em sua Procuradoria Jurídica.

O livro trata, ainda, de fatores como as principais mercadorias movimentadas em Antonina ao longo dos anos, como a erva-mate, a madeira e o café até o açúcar e os fertilizantes nos dias de hoje.

Vale lembrar a longa disputa com Paranaguá para ser o detentor do elo com Curitiba por meio da ferrovia. Os dois lados debateram com fortes argumentos e com foro de autoridade, mas Paranaguá venceu, enfim, por conta de seu poder político.