Trabalhadores do Sindibloco são integrados às demais categorias de TPAs em Paranaguá


Por Luiza Rampelotti Publicado 05/09/2024 às 12h59

Em um momento histórico para o porto de Paranaguá, 120 trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores do Bloco de Paranaguá e Antonina (Sindibloco) foram incorporados aos demais sindicatos de trabalhadores portuários avulsos (TPAs), abrindo portas para novas oportunidades. A mudança, resultado de um estudo de dimensionamento do quadro de trabalhadores e negociações entre o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO/Paranaguá), sindicatos laborais e o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado do Paraná (SINDOP), reflete a modernização do porto e a reavaliação das funções do Sindibloco, consideradas obsoletas no novo cenário.

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Ednei se despede da presidência do Sindibloco após cinco mandatos à frente do sindicato. Foto: Juan Lima/JB Litoral

A alegria e o alívio eram visíveis no rosto de Ednei Domingos Silveira, presidente do Sindibloco, que há 15 anos lutava por essa conquista. “Estou muito feliz e aliviado. Hoje posso finalmente dormir tranquilo. Foi uma longa batalha, e este é um momento muito importante para nós. Estou no meu quinto mandato à frente do sindicato, que se encerra neste ano, e essa incorporação é um marco significativo“, afirmou Ednei, que se despede do cargo após cinco mandatos à frente do sindicato.

A diretora-executiva do OGMO, Shana Bertol, explicou que a decisão de incorporar os trabalhadores do Bloco surgiu após um estudo minucioso que apontou a necessidade de novos profissionais no quadro do OGMO. “O estudo mostrou que, com a modernização do porto, as atividades do Sindibloco se tornaram obsoletas, mas que esses trabalhadores poderiam ser integrados a outras categorias. Estabelecemos critérios rigorosos, como assiduidade e a dependência econômica do porto, para garantir a inclusão adequada desses profissionais. Eles foram transferidos para categorias como estivadores, arrumadores, vigias e conferentes“, explicou ao JB Litoral.

Convenção Coletiva garantiu a migração

O estudo foi ratificado em uma negociação coletiva com o SINDOP na terça-feira (3), prevendo o Processo Seletivo para novos trabalhadores e a seleção interna dos trabalhadores do Bloco. Os 120 profissionais foram realocados para os sindicatos dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná (Sindestiva), dos Arrumadores de Paranaguá e Pontal do Paraná, dos Conferentes de Carga e Descarga (CONFEPAR) e dos Vigias Portuários.

Enrico Nichetti, assessor jurídico do SINDOP, destacou a importância da valorização desses trabalhadores. “Firmamos nossa Convenção Coletiva de Trabalho para regular a migração dos trabalhadores do Bloco, além de garantir a realização de um processo seletivo externo para preencher novas vagas de cadastro de reserva. Também criamos regras de valorização para os trabalhadores que não forem contemplados com a migração”, disse Nichetti.

Esse conjunto de regras de valorização afeta cerca de 50 trabalhadores que permanecerão no Sindibloco, desempenhando funções multifuncionais, já que não atenderam aos critérios para participar do processo seletivo interno de migração. Isso significa que, mesmo após a conclusão da migração e a incorporação dos novos trabalhadores, se houver demanda de trabalho excedente, esses profissionais serão requisitados e escalados para desempenhar as funções. Além disso, o sindicato deverá realizar uma eleição para eleger uma nova diretoria.

Sindibloco

O Sindicato do Bloco foi fundado em 1980 e começou suas atividades no porto em 1981, sendo responsável principalmente por serviços de limpeza e outras funções requisitadas pelo OGMO. Durante décadas, forneceu trabalhadores portuários avulsos para operações de movimentação de navios.

Em sua última entrevista como presidente do Sindibloco, Ednei relembrou sua trajetória. “Entrei no Bloco em 1992, indicado pelo meu irmão. Naquela época, não havia processo seletivo, o ingresso era por indicação. Hoje, este é um momento muito especial para mim. Estou prestes a ser integrado a outra categoria, assim como os demais trabalhadores. Sempre enfrentei muitas barreiras, mas nunca desisti. Gostaria de agradecer especialmente ao Marcos Ventura, que foi essencial nesse processo de migração“, concluiu.

Em 2019, o mesmo processo de migração aconteceu com o Sindicato dos Consertadores de Carga e Descarga dos Portos do Paraná, que se fundiu aos Vigias Portuários de Paranaguá numa só categoria.

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