Golpistas usam IA e deepfakes para vender “curas milagrosas” em plataformas da Meta


Por Assessoria de imprensa Publicado 26/11/2024 às 10h32

A saúde tornou-se o novo alvo dos golpistas virtuais, que agora utilizam tecnologias de inteligência artificial (IA) para criar vídeos deepfake e enganar os brasileiros. Entre os esquemas mais comuns, esses criminosos têm promovido campanhas de “curas milagrosas” para doenças graves, como o câncer, em plataformas como Facebook e Instagram.

IA alimentando a desinformação

A prática tem se baseado no uso de vídeos hiperrealistas de deepfake para clonar imagens de celebridades, políticos e profissionais da saúde com o objetivo de endossar tratamentos falsos nas redes. Nomes como Drauzio Varella e Cristiano Ronaldo são usados para gerar comoção e construir confiança com os usuários, elevando o número de vítimas.

Além da criação de vídeos falsos, os golpistas também usam IA para propagar esses anúncios, adaptando-os a diversos públicos e espalhando-os pela rede em uma velocidade alarmante. Uma única campanha fraudulenta pode incluir mais de mil vídeos deepfake e atingir milhões de usuários em todos os continentes. A promoção desses anúncios é amplificada por algoritmos de segmentação sofisticados que colocam o conteúdo enganoso diretamente nos feeds dos usuários como postagens patrocinadas.

Fora isso, alguns golpes tiram vantagem de contas de usuários que tiveram o perfil do Facebook ou Instagram hackeado, usando-as para promover tratamentos fraudulentos por meio de stories ou publicações, o que lhe confere mais credibilidade e acaba afetando diretamente os contatos da vítima.

Por que esses golpes são perigosos

Como se pode imaginar, as implicações desses golpes vão muito além das perdas financeiras. Ao promover tratamentos não comprovados ou perigosos, eles podem atrasar ou inviabilizar cuidados médicos reais, colocando a vida das pessoas em risco.

Ao serem atingidas por tais campanhas, as vítimas se vêem não apenas perdendo dinheiro, mas também presas em esquemas maliciosos de “acompanhamentos médicos”, como consultas falsas que as levam a comprar produtos ineficazes ou mesmo prejudiciais à saúde.

Esses golpes também destroem a confiança dos usuários em informações legítimas sobre assistência médica nas plataformas online. Isso porque a prevalência de páginas clonadas e conteúdo enganoso acaba prejudicando a capacidade dos usuários de distinguir entre fontes confiáveis ​​e fraudulentas.

Protegendo-se de golpes de IA e deepfakes

Para evitar cair nesses golpes, os especialistas recomendam tomar algumas medidas básicas, como:

  • Verificar as fontes. Acima de tudo é importante ter ceticismo em relação a alegações de saúde compartilhadas nas redes sociais, especialmente aquelas envolvendo celebridades ou resultados sensacionalistas. Recomenda-se cruzar as informações com sites médicos confiáveis ​​ou com provedores legítimos de saúde.
  • Inspecionar o conteúdo. Muitos desses golpes apresentam imperfeições e deixam sinais claros de manipulação nos vídeos ou imagens. Inconsistências sutis, como um piscar de olhos não natural ou uma iluminação estranha podem ser evidências importantes.
  • Evitar clicar em links suspeitos. Muitos anúncios fraudulentos direcionam os usuários para sites maliciosos com avaliações falsas. Deve-se evitar clicar em links de anúncios ou mensagens do tipo e, sobretudo, nunca fornecer informações pessoais ou financeiras nesses sites.
  • Denunciar atividade suspeita. Assim que encontrar anúncios do tipo, o usuário deve denunciá-lo para prevenir que outras pessoas sejam sujeitas a esses golpes.

Ao seguir essas recomendações, é possível proteger não apenas a si mesmo, mas também aos demais usuários da rede contra a disseminação dessas campanhas maliciosas. Em caso de dúvida, é aconselhável sempre priorizar os conselhos de seu médico de confiança.

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