Com armadilhas, Portos do Paraná ajuda no combate ao mosquito da dengue


Por Marinna Prota Publicado 25/07/2021 às 17h25 Atualizado 16/02/2024 às 08h16
dengue

A cidade de Paranaguá é uma das quatro do litoral paranaense que se encontram em situação de epidemia por conta do vírus da dengue. Por conta das altas temperaturas de do tempo úmido, o município é um dos mais propícios para os criadouros do mosquito Aedes Aegypti, responsável por transmitir a doença, através de sua picada. Para ajudar no combate, a Portos do Paraná, em conjunto com a 1ª Regional de Saúde em Paranaguá montaram armadilhas para tentar capturar e identificar a presença do transmissor na região.

“Como coordenadores da Diretoria de Meio Ambiente, temos a responsabilidade de trazer para as nossas ações essa integração”, afirma Rafael Falco Salles Cabreira, coordenador de Fiscalização e Controle de Emergências Ambientais. 17 armadilhas foram instaladas, de ponta a ponta, para tentar identificar a presença de ovos do mosquito.

 Para o chefe da Seção de Vigilância Sanitária Ambiental e Saúde do Trabalhador da 1ª Regional de Saúde do Estado, Diovaldo Almeida de Freitas, a importância dessa ação ser realizada na faixa portuária é essencial para a ampliação da cobertura e do monitoramento em relação à doença, sempre com foco na prevenção.

“Para o lado de fora do porto, até nas empresas portuárias parceiras, já tem esse controle. Se fizermos só em uma parte da cidade, a tendência é que o mosquito migre. E, assim, a cobertura nunca será completa”, explica.

Esse trabalho da equipe de saúde do Estado no porto teve início em maio, quando os profissionais visitaram o cais para fazer o reconhecimento e análise prévia da área primária. Definidas as estratégias, a equipe seguiu com as ações.

METODOLOGIA

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(foto: AEN)

As “ovitrampas”, como são chamadas, foram montadas na última segunda-feira (19). Na sexta-feira (23), as armadilhas foram recolhidas e enviadas para a análise do laboratório da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que faz a contagem e identificação dos ovos para saber se são ou não do mosquito transmissor da dengue.

Segundo o chefe da Seção de Vigilância Sanitária Ambiental e Saúde do Trabalhador da 1ª Regional de Saúde, é um trabalho de monitoramento vetorial do mosquito Aedes. “Existem várias formas de fazer esse monitoramento, uma delas é a armadilha. É um pote plástico, com palheta de madeira e água potável, que atraia a fêmea para botar os ovos. Fica quatro dias no meio ambiente”, explica.

Seguindo toda uma metodologia específica, que considera o comportamento da fêmea do mosquito, a cada 300 metros 11 armadilhas foram montadas no cais comercial, do berço 201 até o 213, limite com o Terminal de Contêineres de Paranaguá. Outras seis foram instaladas na área da empresa responsável pelas operações dos contêineres, TCP.

“A ideia é verificar, em toda a área, se há a presença do Aedes aegyptioferecendo risco para os trabalhadores portuários”, diz Diovaldo. A partir da identificação dos ovos (densidade) é possível, segundo ele, dimensionar o grau de risco.

Esse momento de inverno, segundo ele, é mais brando para o movimento do mosquito, ou seja, mais fácil para monitorar e poder controlar durante os períodos mais críticos para a doença – primavera e verão. “O grande segredo é quebrar o ciclo para evitar a doença”, afirma.