Alterações na distribuição diminui expectativa de recebimento de vacinas em Paranaguá

Por Redação Publicado 29/06/2021 às 09h54 Atualizado 16/02/2024 às 06h26

A nova metodologia de distribuição de vacinas contra a covid-19, divulgada no último dia 24 pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA), deve causar o recebimento de menores montantes de imunizantes em Paranaguá, município que vem se destacando a nível nacional pela organização e agilidade na vacinação dos habitantes. Segundo dados públicos do Ministério da Saúde, na data de ontem (27), mais da metade da população geral do município já recebeu, ao menos, uma dose dos imunizantes contra o novo coronavírus, e a faixa-etária de vacinação atual no município litorâneo está abaixo dos 30 anos, número muito superior à média de outras cidades com a quantidade proporcional de habitantes. Até o momento, foram aplicadas 78.750 doses em parnanguaras, dos imunizantes da Butatan/Sinovac, Fiocruz/Astrazeneca e Pfizer/Biontech.

Após o lançamento do calendário de vacinação estadual, a pasta responsável por distribuir as doses aos municípios resolveu analisar individualmente os índices de imunização e enviar maiores quantidades aos municípios com percentual baixo de população vacinada. Como Paranaguá é o oitavo município que mais aplicou doses, mas é só a décima maior população do estado, deve haver uma redução considerável de novas remessas chegando à cidade, para que outras regiões acelerem o ritmo e atinjam 80% da população até agosto. “Estamos compartilhando os dados do estudo realizado pela Secretaria da Saúde para apreciação dos municípios. Analisamos o número de doses enviadas para cada cidade e a porcentagem de cobertura da população adulta. A partir dessa nova remessa, enviada na sexta-feira [25], já estamos adequando os quantitativos para atingir o objetivo do calendário proposto pelo Governo do Estado”, informou o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, após reunião com a Associação dos Municípios do Paraná (AMP).

Prefeito se pronuncia

Quem não ficou nada satisfeito com a alteração na regra de distribuição foi o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (PODEMOS), que já vinha alertando para o temor de que a visibilidade que o município está recebendo poderia causar em uma diminuição de ritmo por parte de gestores estaduais. “Daqui para frente há a possibilidade de diminuir as doses para Paranaguá, porque o governo estadual mudou os critérios de distribuição. Antigamente, o critério era que fosse proporcional ao número de habitantes e agora eles querem fazer com que todo mundo chegue até agosto com 80% da vacinação. Se tem cidade que está com 70% e outra com 45%, essa que está com 45% vai receber mais doses”, ressaltou o prefeito que também vê a situação como prejudicial para os habitantes da cidade. “Essa situação atrapalha até pela estrutura que temos aqui. Se ficarmos estagnados, podemos ter ocasião que Paranaguá fique até um mês sem vacina e isso é um absurdo”, reclamou Marcelo Roque.

Segundo a SESA, a última remessa de imunizantes foi distribuída na sexta-feira (25) e a Regional de Paranaguá, que contempla os sete municípios do litoral, ficou com 7.331 doses de vacinas da CoronaVac, da Pfizer, e da recém chegada ao território nacional Janssen, que é de dose única.

Marcelo Roque explica sucesso de vacinação

Em entrevista concedida há uma semana ao JB Litoral, o prefeito Marcelo Roque detalhou como conseguiu atingir rapidamente um grupo expressivo de pessoas habilitadas a tomar a vacina. “Como sobraram vacinas dos idosos, do grupo de comorbidades, de deficientes e de ribeirinhos das nossas ilhas, além da cota do Porto, nós então realocados essas doses para as faixa-etárias. Nós já vamos ter o próprio grupo das comorbidades e do Porto sendo atingidos pelas faixas etárias, então os alvos estão sendo atingidos pelas idades e, por isso, nós estamos avançando bem”, detalhou o prefeito ao ser questionado sobre o fato de outras cidades e veículos de imprensa estarem citando Paranaguá como “fora da curva” na vacinação.

Por Brayan Valêncio