Moradores reclamam da falta de medicamentos em Matinhos; prefeitura nega


Por Marinna Prota Publicado 19/05/2021 às 22h12 Atualizado 16/02/2024 às 02h41

Por Ana Cláudia Nunes

Com a crise sanitária devido à Covid-19, algumas cidades estão passando por um verdadeiro colapso na saúde pública por conta da falta de medicamentos, insumos e leitos. Em Matinhos, os moradores estão indignados e estão expondo nas redes sociais a falta de medicamentos básicos. 

Moradora do bairro Vila Nova, em Matinhos, Celi Silvestre, que trabalha como cuidadora de idosos, postou um vídeo nas redes sociais retratando a situação que ela e seus familiares vivenciaram recentemente. O material contou com mais de 100 compartilhamentos. Segundo ela, faltam medicamentos básicos como, por exemplo, analgésicos. 

 “Minha madrasta faleceu porque receitaram o remédio errado para ela. Meu pai também teve que ser atendido na UPA e mandaram ele para casa, pois não tinham medicamento para tratar ele. A UPA não tem remédio para atender os pacientes. Duas crianças da nossa família também tiveram sintomas do Coronavírus e tivemos que comprar Dipirona e Domperidona, pois também não tinha”, destaca Celi. 

Prateleiras quase vazias

Caso semelhante também foi retratado por uma moradora do bairro Bom Retiro, em entrevista ao JB Litoral. A matinhense, que preferiu não ser identificada, revelou que gastou mais de R$100,00 com a compra de remédios para o tio e a mãe, que buscaram atendimento na UPA com sintomas de Covid-19.

“O único remédio que deram foi Azitromicina. Precisei comprar medicamentos para serem utilizados durante a internação do meu tio. Já a minha mãe foi orientada a voltar para casa e comprar os remédios para o tratamento, pois eles estavam em falta”, revela a moradora do bairro Bom Retiro. 

A Secretaria de Saúde de Matinhos negou a falta de medicamentos no município. “Desconheço qualquer tipo de falta de medicamentos tanto na UPA quanto nas Unidades Básicas de Saúde. Quando assumimos faltavam mais de 500 itens da lista básica de medicamentos. Fizemos inúmeras licitações e não há registro de falta de medicamentos”, afirmou o secretário de Saúde, Paulo Henrique Oliveira. 

Uma profissional de saúde, que atua no município e também preferiu não se identificar por medo de represálias, destacou que a falta de insumos básicos é uma realidade. A servidora explica que com o aumento dos casos de Covid-19, por conta da pandemia, a cidade está beirando o colapso, já que faltam medicações para intubação e sedação de pacientes. 

“Medicações de rotina mesmo, como Cetoprofeno, Dipirona, soro fisiológico 0,9% de alguns tamanhos, agulhas para aspiração de medicação, agulha para realizar medicação intramuscular estão em falta”, finaliza.