Perto de chegar a 1000 mortes pela Covid-19, litoral avança na vacinação


Por Diogo Monteiro Publicado 07/07/2021 às 07h05 Atualizado 16/02/2024 às 06h51
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O Litoral do Paraná deve alcançar, nos próximos dias, a impactante marca de 1000 mortes pela Covid-19. A incidência de óbitos está em queda, mas ainda em patamares elevados, na faixa de mais de 100 falecimentos por mês. Os números devem entrar em decréscimo em algumas semanas, graças ao alcance da campanha de vacinação. De cada três moradores do Litoral, dois já tomaram ao menos a primeira dose.

Os dados da Secretaria de Estado de Saúde indicam que as cidades litorâneas somam 982 mortes pelo novo coronavírus. Do total, metade foi registrada em Paranaguá. Mas a cidade não tem o maior índice de letalidade da doença. A taxa, que é a comparação com o número de moradores, indica que a situação mais grave foi em Guaratuba, com um óbito a cada 231 pessoas. A localidade com menor proporção de casos foi Guaraqueçaba, com um morto para cada grupo de 421 habitantes.

Das 22 regionais de saúde do Paraná, a de Paranaguá, que compreende os sete municípios do Litoral, ocupa a sexta posição em incidência de casos e a terceira em mortes por Covid-19, considerando a comparação com o número de habitantes. Mas tudo indica que o pior já passou. Além da redução nos índices de transmissão do vírus, também a vacinação está ajudando a conter a doença.

Imunização

Para entender como está a proteção com maior eficácia contra a doença pandêmica, trouxemos alguns dados que mostram a importância de a população continuar com os cuidados. Segundo o Ministério da Saúde e as próprias fabricantes das vacinas disponíveis no Brasil, a proteção com eficiência maior contra a Covid-19 só ocorre após 15 dias da aplicação da segunda dose do imunizante, exceto para as vacinas da Janssen, que necessitam apenas de uma dose. Por isso, a maior parte da população deve aguardar a realização do complemento vacinal.

“A necessidade que a gente tem de colocar claramente para a população que essa vacina só se completa com duas doses. Agora, nós vamos iniciar, nos próximos dias, a aplicação das segundas doses. As pessoas devem retornar e estar atentas ao prazo indicado nas carteirinhas de vacinação, porque as vacinas estão disponíveis”, explicou o diretor da 1ª Regional de Saúde.

Os números mostram que Paranaguá está em primeiro lugar como a cidade que mais vacinou até agora, mas com a primeira dose dos imunizantes. Considerando o complemento, a cidade está com 9,75% do público acima dos 18 anos com o esquema vacinal completo. Já Guaraqueçaba, que foi a primeira cidade do Brasil a vacinar pessoas com 18 anos, está com 22,1% da sua população imunizada com as duas doses.

Sucesso parnanguara

Além de ser a maior cidade do litoral, Paranaguá se tornou também referência no atendimento e aplicação das vacinas. Com 83.421 doses aplicadas até agora, o município se destacou pela eficiência, vacinando grupos prioritários como: portuários, ribeirinhos, indígenas e caminhoneiros.

Eu classifico a nossa vacinação como referência para o Estado do Paraná. Nós tivemos a felicidade de concentrar a vacinação no centro da cidade. Tem um terminal ao lado e também temos uma estação que foi restaurada para o turismo, mas que estamos utilizando para imunizar a nossa população. Nós temos a capacidade de imunizar oito mil pessoas em único dia, inclusive chegamos a atingir esse número”, destacou o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque (Podemos).

Até a sexta-feira (2), o município havia aplicado 83.421 doses de vacina, sendo que 15.620 imunizantes estão acondicionados como reserva técnica e também para a aplicação do complemento vacinal. A cidade foi a que mais recebeu vacinas no litoral, chegando a 99.041, distribuídas conforme os critérios do Ministério da Saúde e da gestão estadual.

Na última semana, por conta da disparidade no número, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, anunciou uma reformulação na distribuição das vacinas, desta forma, Paranaguá receberá menos imunizantes. A estratégia, agora, é que todos os municípios do estado cheguem aos 80% de vacinados até agosto. A prefeitura afirma que recebeu, na última semana, um número de vacinas 30% menos do que estava recebendo, por conta da nova diretriz aplicada pela Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa).

Apesar da diminuição, a cidade continua tendo agilidade no atendimento e, inclusive, conta com a presença do prefeito diariamente nos mutirões de vacinação. “Eu acho que estar presente incentiva os colaboradores a trabalhar na igualdade. Eu estou aqui para incentivar o trabalho deles e dizer – eu estou aqui com vocês e vamos até o final porque as pessoas precisam de vocês. Vamos mostrar para a população tudo que estamos fazendo. Não tem preço que pague ver aqui na “Estação da Esperança” o sorriso, a alegria e, às vezes, até o choro de emoção das pessoas ganhando a sua vacina”, relatou Marcelo Roque.

Por Marinna Protasiewytch e Brayan Valêncio