3 produtos inéditos em abril: TPPF diversifica cargas, mirando novos mercados


Por Redação Publicado 30/04/2021 às 10h05 Atualizado 16/02/2024 às 00h50
tppf, porto de antonina

Por Katia Brembatti

Conhecido amplamente pela predominância da movimentação de fertilizantes, o Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF) anda experimentando novas cargas. No prazo de menos de um mês, três produtos, que nunca tinham circulado pelo porto de Antonina, foram embarcados ou desembarcados. As novidades fazem parte da estratégia de diversificação, para atingir mais clientes e ampliar o volume movimentado.

Malte vindo da Austrália chegou a Antonina no início de abril e vai abastecer a indústria cervejeira Crédito: Divulgação/TPPF

O primeiro foi ainda no início de abril, quando o navio MV Callio trouxe 15,5 mil toneladas de malte importado da Austrália. O produto será usado pela indústria cervejeira nacional. Outras movimentações do mesmo tipo de carga estão previstas para 2021. Como já tem experiência em produtos como farelo de soja não transgênico e açúcar, o terminal espera ampliar a participação em outros tipos de granéis.

Na segunda semana de abril, foi a vez de embarcar no navio MV Parkgracht os chamados big bags (sacolas contendo fardos de produtos alimentícios), com destino ao Porto de La Guaira, na Venezuela. nas sacarias havia farinha de milho, arroz, açúcar, farinha de trigo, fubá, creme vegetal, macarrão e semente de milho. Foram dez mil toneladas vindas de indústrias do Paraná, São Paulo e Goiás.



Novos horizontes

Resíduos de cana, da produção de álcool e açúcar de usinas de São Paulo, vão gerar energia na Inglaterra Crédito: Divulgação/TPPF

Atualmente, está fazendo o primeiro embarque de pellets de cana. Trata-se de um produto compactado a partir de resíduos do processo de produção de álcool e açúcar, vindo de usinas paulistas, que vai virar biomassa (ou seja, será usado para gerar energia) na Inglaterra. O navio ES Kure chegou no dia 21 e foi carregado com 22 mil toneladas, com destino ao Porto de Imminghan. Paranaguá já exportou esse produto uma vez em 2021, mas agora é a vez de Antonina.

O presidente do terminal portuário, Gilberto Birkhan, explica o projeto de diversificação de cargas destacando que, cada vez mais, Antonina está funcionando como complementar ao Porto de Paranaguá, mas com diferenciais. Ele cita o entreposto aduaneiro, a proximidade dos armazéns, a possiblidade de manejar 100% em recinto alfandegado e a capacidade de lidar com cargas que precisam de tratamento diferenciado, nos dois berços, servidos por dois guindastes.

Birkhan enfatiza que o TPPF oferece um conjunto de soluções competitivas para prestar um serviço completo. Um exemplo vem das pranchas diárias. Enquanto a média de taxa de carregamento em outros terminais é de 2 mil toneladas, em Antonina está em 4 mil toneladas por dia. Essa capacidade operacional também abriu espaço para a estratégia de diversificação de cargas.

“É como os big bags. No ano passado, não tínhamos no horizonte. Agora já fizemos dois navios e tem mais dois para fazer”, conta. Entre os produtos que a companhia pretende movimentar, em breve, estão derivados de madeira, para biomassa, e também uma intensificação na cabotagem (navegação entre portos), principalmente com sal.

O presidente do TPPF, Gilberto Birkhan, projeta outras cargas inéditas em Antonina em 2021, como biomassa de madeira. Foto/Portos do Paraná

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, destacou o caráter de multipropósito do terminal que opera no Porto de Antonina, com vocação tanto para a importação como para a exportação. Em 2020, 950 mil toneladas foram movimentadas pelo TPPF, o que representa 6% a mais do que as 908 mil toneladas de 2019. Para 2021, a meta é alcançar a marca histórica de 1 milhão – e passar em muito o número, com aumento na casa de dois dígitos percentuais.

Investimento milionário em Antonina ampliará capacidade de armazenagem

Os resultados positivos na movimentação portuária – mesmo num cenário de crise econômica – estão fazendo a empresa arrendatária e operadora Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF) realizar investimentos robustos em Antonina. No momento, está em fase de conclusão a construção de um silo para cereais. Uma parte da obra deve ser concluída em 30 dias e o conjunto completo em 75. O espaço tem capacidade para 37,2 mil toneladas e o investimento foi de R$ 45 milhões.

O presidente, Gilberto Birkhan, comenta que o projeto foi iniciado em maio do ano passado e sofreu impacto das restrições provocadas pela pandemia. Ele destaca que a estrutura tem o diferencial de ser em concreto, equipada com sistemas tecnológicos de segurança e regulação de temperatura. A expectativa é de que o silo seja usado frequentemente para armazenar malte.

O TPPF também está se preparando para ganhar mais espaço para fertilizantes – o principal foco de atuação do terminal. Ele começou o processo de estaqueamento para a construção de um armazém, orçado em R$ 42 milhões, para 120 mil toneladas. A previsão é de que a obra esteja pronta daqui a um ano. As duas estruturas vão se somar aos 20 armazéns existentes, ampliando também a diversidade de tipos de estocagem. Atualmente, a capacidade é de 270 mil toneladas.

Calado maior é homologado; Alteração torna TPPF mais atrativo

A dragagem no canal de acesso ao Porto de Antonina, concluída há oito meses, foi homologada pela Capitania dos Portos, alterando oficialmente o calado de 8 para 8,5 metros. A diferença pode parecer pequena, mas representa mais oportunidades de negócios, comemora a empresa. Com mais profundidade, o porto pode receber navios maiores, que também saem mais carregados.

A mudança faz parte de um processo iniciado no ano passado, quando o calado já mudou de 7,5 para 8 metros. Cada meio metro a mais representa a ampliação de 2,5 mil toneladas na capacidade na carga dos navios que chegam ou saem de Antonina. A previsão é que o processo contínuo de dragagem permita que o calado chegue a 9,5 metros, melhorando muito a competitividade do terminal de Antonina, contribuindo para a atração de negócios.