Advogado de Beatriz Abbage pedirá anulação de processo; “status de condenada”


Por Marinna Prota Publicado 24/08/2021 às 14h18 Atualizado 16/02/2024 às 11h05

A história que envolve o Caso Evandro e os sete acuados do crime ainda está longe de ter um fim. Nesta semana, o criminalista Antonio Augusto Figueiredo Basto, advogado de defesa de Beatriz Abbage, condenada como mandante do assassinato do menino de apenas 7 anos, informou que vai pedir a anulação do julgamento. Além disso, deverá pedir uma indenização do estado pelas possíveis torturas e também pelo tempo que ela permaneceu presa. E seu canal no youtube, Beatriz diz que “ainda não acabou, eu ainda tenho status de condenada”.

A série lançada pela Netflix com o nome “O Caso Evandro“, originada pelo trabalho do pesquisador e jornalista Ivan Mizanzuk, resgatou uma gravação até então desaparecida que pode comprovar que os então suspeitos do assassinato do menino foram torturados para confessar o crime, incluindo Beatriz Abbage.

Advogado de defesa planeja protocolar o recurso no Tribunal de Justiça do Paraná, pedindo a anulação do julgamento e indenização do Estado. A ideia da defesa é de realizar perícias que atestem a integridade da gravação e confirmem a tortura aos presos.

O caso

O menino Evandro Caetano, 7 anos, foi morto em Guaratuba, em 1992. O corpo dele foi encontrado sem as mãos, vísceras e cabelos. As investigações citaram um possível ritual de magia negra encomendado por Celina e Beatriz Abagge e três pais de santo: Osvaldo Marcineiro, Davi dos Santos Soares e Vicente de Paula. Os cinco chegaram a confessar o crime, mas depois alegaram que foram torturados pela polícia para admitir o ritual.

Beatriz foi condenada a 21 anos de prisão e a sua mãe, Celina, não foi julgada porque tinha mais de 70 anos e o crime havia prescrito. Os pais de santo também foram condenados pelo sequestro e homicídio do garoto a 20 anos de prisão. As penas de Osvaldo e Davi foram cumpridas, já Vicente de Paula morreu de câncer em 2011 no presídio.