Afetada por deslizamentos há quatro meses, BR-376, em Guaratuba, só deve ter parte de obras emergenciais concluídas em julho


Por Flávia Barros Publicado 29/03/2023 às 21h19 Atualizado 18/02/2024 às 08h02
Deslizamento completou quatro meses na terça-feira (28); depois dele, outros de menores proporções aconteceram. Foto: Reprodução/Redes Sociais

O excesso de chuvas é apontado como o vilão para que o Litoral sofresse, e ainda sofra, a dificuldade de acesso, com os danos causados nas vias mais utilizadas tanto para quem chega como para quem sai da região. Enquanto na BR-277 a expectativa é pela liberação total do primeiro trecho afetado por deslizamento, há cinco meses, na própria rodovia e nas outras duas, BR-376 e PR-410 (Estrada da Graciosa), há outros pontos em obras que ainda devem durar bastante tempo.

FECHADA SETE VEZES

Nessa terça-feira (28), completou quatro meses que o deslizamento de barreira no km 668,8, da BR-376, em Guaratuba, provocou a morte de dois caminhoneiros e bloqueou completamente a rodovia por 10 dias. Depois disso, o trecho voltou a ser interditado por outras seis vezes, a mais recente delas no último dia 13, segundo informou a concessionária responsável pela rodovia, Arteris Litoral Sul. Seis dos bloqueios ocorreram devido às condições climáticas (incluindo o primeiro e maior deslizamento) e um deles para serviços de sinalização na pista.

Também de acordo com a Arteris Litoral Sul, a empresa precisou tomar algumas medidas preventivas no trajeto da Serra do Mar, entre as quais o bloqueio preventivo é feito sempre que forem altos os índices de chuva acumulada, para garantir a segurança de quem trafega pela rodovia.


ADAPTAÇÕES E CRONOLOGIA


À medida que as obras de recuperação foram sendo feitas e com os deslizamentos que também voltaram a ocorrer próximos ao local do primeiro, a configuração do tráfego da rodovia foi sofrendo alterações. Após o período de bloqueio total da via, o trecho operou em pista simples até o dia sete de dezembro 2022, quando a concessionária realizou obras de adequações e melhorias.

Dentre as obras de contenção previstas para o talude do km 668,8, em 23 de dezembro, a concessionária concluiu a implantação de uma tela dinâmica, criando uma barreira de segurança que, segundo a Arteris, impede a movimentação de material sobre a pista em caso de deslizamentos. Essa condição possibilitou uma nova configuração da rodovia, com uma faixa em cada sentido, e uma reversível que tinha seu sentido alterado para dar mais fluidez ao tráfego, conforme a necessidade.

Seguindo o cronograma de ampliação da capacidade, e de modo a gerar mais agilidade nos deslocamentos, especialmente durante o período de grande movimento, no dia 1º de fevereiro a concessionária liberou duas faixas em cada sentido da BR-376.


REFORÇOS E PRAZO

Os trabalhos emergenciais e preventivos da concessionária no local permanecem. Mas, em paralelo, está sendo elaborado um projeto que inclui investigações geotécnicas e implantação de drenos sub-horizontais, inclusive fora da faixa de domínio da concessionária, “que embasam análises técnicas e estudos aprofundados para uma obra definitiva no local, levando em consideração ainda a execução concomitante com o tráfego existente. Após conclusão do projeto, o documento seguirá para análise e aprovação da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres“, comunicou a concessionária, por meio de nota.

A Arteris ressaltou que diversas obras de contenção estão sendo realizadas simultaneamente na Serra do Mar, nos pontos de encostas afetados pelas chuvas atípicas do final de 2022. “Somente neste segmento são quatro projetos em andamento no sentido sul da pista. Além do talude do km 668,8, também estão sendo realizados trabalhos no km 668,7, km 668,9 e km 669. Nesses três pontos estão sendo realizadas obras de contenção aplicando a solução de solo grampeado. Esses projetos não impactam o trânsito e trazem mais segurança aos usuários“, disse.

Já no sentido norte, os trabalhos acontecem no km 668,6, no qual a concessionária executa obras de estabilização de maciço rochoso, com solo grampeado, concreto projetado e terramesh (muro). No local, havia uma cortina de concreto, que também teve sua estrutura afetada pelas chuvas e precisou de um novo projeto de contenção. A previsão de conclusão dessa obra é julho de 2023, com a liberação do acostamento e terceira faixa no local (sentido norte).