Alunos do Colégio Morozowski são premiados internacionalmente


Por Redação JB Litoral Publicado 04/12/2016 às 14h59 Atualizado 14/02/2024 às 17h14

Estudante Diego, Professora Fernanda e aluna Rayane, criadores do projeto premiado. Foto/AEN – SEED.
 

Um projeto totalmente inovador, com viés sustentável e adaptável à realidade de Paranaguá e do litoral paranaense, foi criado pelos alunos Rayane Silva Bueno, 17 anos, e Diego Modesto Cordeiro, 17 anos, nas salas de aula do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Maria de Lourdes Morozowski, na categoria acadêmica e no meio ambiente litorâneo, com o foco principal de colaborar com a natureza local e com os pescadores de Paranaguá. Ocorre que o trabalho chamou tanta atenção, que acabou participando da 5ª edição da Feira de Inovação das Ciências e Engenharias (Ficiências), na categoria “Melhor Trabalho”, prêmio internacional que venceu com propriedade perante projetos de estudantes de todo o Brasil, Argentina e Paraguai.

O trabalho consiste em uma rede de pesca biodegradável, que é confeccionada de forma totalmente sustentável, a partir de resíduos orgânicos como soja, bambu, amido de milho e bagaço da cana de açúcar, produtos presentes em Paranaguá de forma facilitada pela comercialização via Porto de Paranaguá. Além da fabricação sem utilização de produtos químicos ou não recicláveis, a rede possui um sistema de escape para peixes pequenos, que não são rentáveis aos pescadores, bem como não estão aptos ecologicamente a serem pescados.

E as inovações não ocorrem somente na natureza artesanal, a tecnologia também entra em pauta no projeto. Um aplicativo eletrônico está sendo desenvolvido pelos estudantes, com a intenção de avisar os pescadores da captura acidental pela rede de animais silvestres como golfinhos, arraias e tartarugas.

“A nossa ideia é desenvolver um material que traga um retorno para nossa comunidade. Com a pesquisa vamos contribuir para a preservação do meio ambiente, dos animais e dos próprios pescadores”, completa o estudante Diego Cordeiro, ressaltando que o projeto ainda está em pleno desenvolvimento.

“Eu fico sem palavras ao ver o impacto positivo que a pesquisa vai ter em nossa comunidade porque é algo que foge do nosso cotidiano. Não é comum alunos no ensino médio pensando na preservação do meio ambiente, geralmente isso acontece na faculdade, então para nós é algo muito gratificante”, afirma a aluna Rayane Bueno. De acordo com ela, o objetivo é de que a rede biodegradável seja fabricada com produtos baratos, assim se tornando rentável aos pescadores. Haverá uma oficina conjunta onde os criadores do projeto irão ensinar os pescadores a fabricar a rede.
 

Pesquisas de campo
 

Segundo Rayane, para que o projeto chegasse ao atual estágio, a ponto de ser premiado internacionalmente, os estudantes precisaram participaram durante três meses de inúmeras feiras científicas e de profissões, pesquisas em inúmeras universidades, bem como desenvolvimento conjunto com professores e pescadores de Paranaguá e do litoral. Além de todo a questão sustentável e científica do projeto, os alunos ressaltam que um dos principais objetivos é trazer um retorno para a sociedade de Paranaguá e da região.

“A pesquisa está ligada diretamente ao trabalho das comunidades ribeirinhas que vivem da pesca e a preservação do meio ambiente porque o material que estamos desenvolvendo leva de cinco a sete anos para se decompor, já as redes convencionais podem demorar até 70 anos, sem falar que os pescadores poderão produzir sua própria rede”, ressalta a Professora de Biologia, Fernanda Freitas. Ela foi uma das principais orientadoras da pesquisa de Rayane e Diego e sempre destacou aos estudantes a necessidade de um retorno social tanto deles como do colégio para a comunidade do litoral e de Paranaguá.

 

Exemplo para alunos de todo o litoral

De acordo com os estudantes, o prêmio internacional recebido serve de exemplo para que outros alunos das escolas de todo o litoral paranaense possam desenvolver projetos e se interessar no âmbito científico.  Segundo eles, os 1.700 alunos do ensino fundamental e médio matriculados são incentivados a desenvolver pesquisas em diversas áreas.

De acordo com a assessoria, a 5ª Feira de Inovação das Ciências reuniu mais de 400 projetos científicos de alunos do ensino fundamental, médio e superior, com foco em sete categorias: ciências exatas, ciências humanas, ciências da saúde, ciências biológicas, ciências agrárias, ciências sociais e engenharia.  Realizado pela Itaipu Binacional, o evento tem também o apoio da Secretaria de Estado da Educação (SEED).

Segundo a organização, o objetivo é o de incentivar desde cedo o gosto pela pesquisa científica entre estudantes, fazendo uma interação cultural e acadêmica entre professores e alunos. Além das premiações, Rayane e Diego, bem como todos os alunos premiados, também receberam menções honrosas, demonstrando a importância da premiação.

 

*Com informações do Bem Paraná e AEN.