AMEP promove encontro com candidatos políticos nesta quinta (15); pastores associados podem participar


Por Redação Publicado 14/09/2022 às 14h49 Atualizado 17/02/2024 às 17h18

A Associação dos Ministros Evangélicos de Paranaguá (AMEP) promove, nesta quinta-feira (15), às 20h, um encontro com candidatos a deputado estadual e federal de Paranaguá e Litoral. A reunião acontecerá na Kanpai Eventos (avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, nº 3274, Parque São João) e será aberta a pastores evangélicos.

O convite foi feito pelo presidente da AMEP, pastor Lucius Malachias, que explica que o encontro será um bate papo informal com os candidatos à Assembleia Legislativa do Paraná de Paranaguá e à Câmara de Deputados, esses últimos abertos para aqueles nomes que estiverem concorrendo à eleição tanto do município, quanto das demais cidades do Litoral e Curitiba.

Como são esferas diferentes [a ALEP e a Câmara], decidimos, em diretoria, essa configuração, independente de religião, partido, se é de direita, esquerda ou centro, mas que conheçam a realidade da nossa cidade, por isso os candidatos a deputado estadual de Paranaguá, porque vão trabalhar focados no Litoral e, em especial, na nossa cidade”, diz.

Ele também destaca que o convite é para pastores e pastoras associados à AMEP, com o intuito de que os líderes religiosos esclarecem sua comunidade, uma vez que os eleitores indecisos são mais de 30%. “Você precisa conhecer as propostas desses candidatos que estão aqui do nosso lado, na nossa Paranaguá”, convida o presidente.

Ao JB Litoral, Lucius Malachias conta que a organização do evento é de responsabilidade da Associação dos Ministros Evangélicos e que o encontro foi definido junto à diretoria da entidade. Ele informa que, durante o bate papo, os candidatos poderão apresentar suas propostas e, após, haverá um momento de sabatina com perguntas feitas pelos próprios pastores.  

Política e religião não se misturam?

Sobre o senso comum de que “política e religião não se misturam”, ele afirma que não concorda com o ditado popular. “Política é a arte ou ciência de governar. Sendo assim, engloba tudo aquilo que fazemos envolvendo a relação das pessoas umas com as outras e com o mundo à nossa volta. Se governamos em alguma esfera da sociedade, entendo que somos políticos aonde estivermos estabelecidos fixa ou momentaneamente”, diz.

Sendo assim, o pastor destaca que os religiosos precisam, sim, falar sobre o assunto e, mesmo que não sejam filiados a nenhum partido, não devem ser apolíticos, isto é, não se interessarem pela política. Mas ele enfatiza que o principal é saber respeitar as divergências e lidar com o tema.

Durante este período eleitoral, o presidente da AMEP também orienta a todos os pastores associados à entidade a respeitarem as leis vigentes em Paranaguá e no Brasil, que definem como ilícito-eleitoral o pedido de votos a candidatos políticos dentro de cultos religiosos. “Entendemos que púlpito não é palanque político”, afirma.

Ele ainda fala sobre o “papel principal dos cristãos especialmente nestes dias antecedentes às eleições”. “Precisamos orar e pedir a Deus que tudo aconteça segundo Sua vontade; Orar por uma eleição consciente e tranquila, sem confusões; Orar pelas autoridades constituídas para que elas cumpram o papel para qual foram chamadas. (1 Timóteo 2:12); O cristão deve ser um bom cidadão e se submeter às autoridades. (Romanos 13:1-7)”, diz.

O pastor também afirma que é papel do cristão “se opor às autoridades quando estas promoverem leis contrárias à Palavra de Deus. Neste caso, de forma ordeira e pacífica, não havendo problema do cristão protestar contra uma ilegalidade política. Jamais o cristão é aconselhado a se omitir, se calar ou não dar importância à vida em sociedade. Ao contrário, Jesus advertiu que seus seguidores devem ser sal da terra e luz do mundo”, finaliza.

País laico e democrático

Vale destacar que o Brasil, na teoria, é um país laico, isto é, que promove oficialmente a separação entre Estado e religião. Isto porque na Constituição Brasileira e outras legislações é prevista a liberdade de crença religiosa aos cidadãos, além de proteção e respeito a todas as manifestações religiosas.

A partir da ideia de laicidade, o Estado não permitiria a interferência de correntes religiosas em assuntos estatais, nem privilegiaria uma ou algumas religiões sobre as demais. Além disso, o conceito também deveria evitar que grupos de qualquer religião exerçam interferência em questões políticas. Por outro lado, isso não significa dizer que o Estado é ateu, ou agnóstico.

Ademais, o sistema de governo vigente no País é a democracia, regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente – diretamente ou através de representantes eleitos – na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação por meio do voto. Nos casos de países onde as leis são feitas baseadas apenas na Bíblia ou nas normas de algumas religiões, o sistema de governo se chama teocracia, onde o poder político se encontra fundamentado no poder religioso.