Antonina registrou 41ºC no domingo (12); em Paranaguá e Morretes, termômetros marcaram 37ºC


Por Luiza Rampelotti Publicado 13/11/2023 às 12h22 Atualizado 19/02/2024 às 04h36
As sete cidades do Litoral registraram temperaturas altas. Confira na reportagem. Foto: Divulgação/ Sanepar

No último domingo (12), o Litoral do Paraná enfrentou uma onda de calor intensa, quebrando registros de temperaturas máximas em diversas cidades da região. Segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR), as altas temperaturas foram notáveis em várias localidades, gerando impactos significativos e surpreendendo os moradores.

Em Paranaguá, o termômetro alcançou a marca de 37,7 graus, configurando a maior temperatura registrada deste ano. A última vez que a cidade havia experimentado um calor tão intenso foi em novembro de 2015, quando os termômetros marcaram 38,7 graus.

Já em Antonina, a situação foi ainda mais impactante, atingindo 41,6 graus, a maior temperatura deste ano. O registro anterior próximo a esse valor remontava a novembro de 2018, quando os moradores enfrentaram 42,3 graus.

Por outro lado, Morretes atingiu 37 graus, porém, não há dados históricos disponíveis da estação para comparação. Da mesma forma, Matinhos marcou 27 graus, sem informações de registros anteriores.

O SIMEPAR não tem informações acerca da temperatura em Pontal do Paraná, dificultando a avaliação dos impactos do calor intenso na localidade.

Guaratuba, por sua vez, marcou 32,2 graus, ficando abaixo da temperatura mais alta do ano, que ocorreu em agosto, com 37 graus. Em Guaraqueçaba, o termômetro atingiu 35 graus, embora não haja dados históricos disponíveis para comparação.

Culpa do El Niño

Segundo o meteorologista William Max Romão, do SIMEPAR, as condições extremas são resultado de fenômenos climáticos que têm impactado não apenas a região, mas o país como um todo. “Devido ao fenômeno El Niño, temos observado um considerável aumento de temperatura no Norte e Centro-oeste do país”, informa ao JB Litoral.

Uma massa de ar quente e seco desceu, criando um bloqueio por volta do Paraná. Isso tem dificultado a ascensão das ondas de frio vindas da Antártida, resultando em altas temperaturas e uma sensação térmica elevada. Essa condição de calor intenso é bastante notável, sem a umidade necessária para formar convecção e, consequentemente, precipitação“, explica o meteorologista.

Romão esclarece ainda que a atuação de uma área de alta pressão no último final de semana inibiu a ocorrência de chuvas. “As áreas de alta pressão têm esse efeito, ao contrário das áreas de baixa pressão que propiciam chuvas. Essa condição contribuiu para a sensação de calor elevado, somando-se à massa de ar quente que se desloca do centro-oeste do país“, conta.

Vem chuva e queda na temperatura por aí

Contudo, o especialista ressalta a previsão de chuva para a região Sul, principalmente no sul do Paraná e no Litoral, embora de forma breve e com chuvas leves. “Na região metropolitana, a expectativa também é de chuva mais significativa no sul, principalmente nas áreas das bacias do Iguaçu“, diz.

Romão adianta a tendência de redução da temperatura no próximo final de semana devido à previsão de chuvas leves em todo o estado. “Essas chuvas são resultado da passagem de um sistema de baixa pressão, podendo gerar tempestades localizadas. É essencial compreender que esses sistemas não se limitam apenas a ciclones ou tempestades tropicais, mas também podem se manifestar como áreas de baixa pressão que desencadeiam chuvas e ventos fortes“, conclui.