Balas de banana e cachaça valorizam as cidades de Antonina e Morretes
Morretes e Antonina, além do turismo, possuem duas marcas fortes de produtos artesanais na região. As balas de banana e a cachaça ajudam a valorizar a história dos municípios históricos do litoral do Paraná. As balinhas Bananina, como são conhecidas, respeitam uma tradição familiar, mesmo com a inovação da empresa no lançamento de outros sabores da guloseima. Já a cachaça tem registros de produção no litoral paranaense desde 1733, quando Dom Pedro II permitiu a instalação de um engenho em Morretes. No século 19, com a imigração italiana, mais de 50 produtores caseiros passaram a tirar da cana-de-açúcar a sua essência.
Com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) a cachaça e a Bala de Banana, assim como o barreado e a farinha, buscam, para este ano, o selo de Indicação Geográfica (IG), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial o (INPI), vinculado ao Ministério da Economia. O IG é a identificação que dá origem a um produto ou serviço. Com a sua conquista, somente os produtores e prestadores de serviços das localidades poderão utilizar o selo.
Mercado da cachaça
A cidade de Morretes lidera a produção de cachaça na região litorânea, contribuindo com aproximadamente 30% de todo o mercado estadual. O município, com cerca de 15 mil habitantes, tem três produtores registrados oficialmente no Ministério da Agricultura, os quais produzem em torno de 10 mil litros por mês da bebida.
“Morretes é o berço da cachaça, foi um polo de valor inestimável. Tínhamos 62 produtores dentro da cidade e registros documentados do século 16. Eu anseio por esse novo momento. Quero montar uma cooperativa da cachaça, algo com notoriedade, e fazer uma Okfoberfest da cachaça no Litoral”, disse o produtor de cachaça da Casa Poletto, Sadi Poletto.
O líquido passa por testes para garantir a presença reduzida de metais pesados. As versões populares da cachaça não contêm açúcar e todo o processo é auditado pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A bebida alcoólica é envasada, por até dez anos, em barris de 225 litros de carvalho, araribá e amburana.
Empresa vira local de visitação
A empresa Bananina, que produz o doce de embalagem alaranjada, abre, aos fins de semana, para visitação, recebendo, em média, 500 turistas por dia. Um dos corredores do estabelecimento conta a história da família. As vendas entre compradores que adquirem o produto, na loja ou em revendedoras autorizadas, totalizam 50%.
“São 75 mil balas por mês. As famílias visitam a casa nos passeios de trem, de van, e depois retornam sozinhas com as suas famílias. O turismo no Litoral tem crescido muito nos últimos anos e especialmente nesta temporada, o que puxou esse movimento de aumentar a produção. É um produto típico que conta a história de Antonina, das nossas tradições e também da minha família”, relatou a proprietária da empresa familiar, Maristela Mendes.
Ainda de acordo com a empresária, a fabricação de forma artesanal desperta interesse. Segundo ela, os turistas tiram fotos com as balas de banana em diversos cantos do exterior e do Brasil, marcando a página da loja nas redes sociais. Mendes busca vender as “laranjinhas”, como é conhecida em Antonina, em várias cidades, não apenas para ampliar o seu negócio, mas, também, para valorizar a cidade e o produto.
Com informações e fotos da AEN