Caso Isabelly: Justiça nega pedido da defesa e julgamento será realizado em Pontal do Paraná


Por Flávia Barros Publicado 21/07/2023 às 00h12 Atualizado 18/02/2024 às 17h48
O júri popular do acusado de matar a tiros Isabelly Cristine Santos, 14 anos, no dia 14 de fevereiro de 2018, irá acontecer em Pontal do Paraná, em nova data ainda a ser definida. Foto: Reprodução Facebook

Após ter o júri popular adiado por duas vezes, a última delas há nove meses, em outubro do ano passado, nesta quinta-feira (20), o processo do homicídio da youtuber Isabelly Cristine Santos, de 14 anos, teve uma nova decisão judicial. A defesa de Everton Vargas, acusado de assassiná-la em fevereiro de 2018, em Pontal do Paraná, havia entrado com pedido para que o julgamento ocorresse em outra cidade, mas o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) indeferiu o pedido por votação unânime.

O TJPR, ao julgar pedido de desaforamento formulado pela defesa do réu Everton Vargas, determinou que o julgamento pelo Tribunal do Júri deverá acontecer em Pontal do Paraná, local onde o crime foi cometido. Assim, a decisão do Tribunal de Justiça negou o pedido da defesa para que o júri acontecesse em outra cidade”, disse a advogada assistente de acusação, Thaise Mattar Assad.

Ainda segundo a advogada, a esperança, agora, é que o julgamento aconteça em breve. “A expectativa da assistência de acusação e da família é que o processo retorne a Pontal do Paraná para que o juízo da cidade possa, com a maior brevidade possível, marcar esse julgamento e, finalmente, a justiça venha para a Isabelly“, finalizou Mattar Assad.

A defesa

O advogado de defesa do réu, Claudio Dalledone Júnior, explicou, durante o julgamento do pedido de desaforamento, as razões que motivaram a requisição.

Esse julgamento foi marcado duas vezes e apontamos que faltavam o laudo de exame de local e a reprodução simulada dos fatos, e a assistência de acusação disse que não precisava. Na época, o próprio promotor de justiça pediu o adiamento. Há uma campanha massacrante na cidade e publicações locais que já condenam o réu, com a juíza dizendo que não tem condições de imparcialidade. Então, o pedido de desaforamento é para guardar a isenção desse julgamento. Eu nunca trabalhei em um caso em que o desaforamento fosse tão patente“, defendeu Dalledone.

Pedido de desaforamento, quando um crime é julgado fora da comarca onde ocorreu, foi negado pelo TJPR e acusado de matar Isabelly será julgado em Pontal do Paraná; atualmente ele responde em liberdade. Foto: Reprodução


Os adiamentos

O júri popular foi marcado, pela primeira vez, para março de 2022. Na ocasião, foi adiado devido a um erro processual: a reconstituição do crime, que ocorreu poucos dias após a morte de Isabelly, não tinha sido anexada aos autos do processo. O júri foi remarcado para seis meses depois, e seria realizado em 24 de outubro. Porém, durante a definição dos jurados, a defesa perguntou quais deles sentiam que tinham condições de julgar de forma isenta. Com as respostas negativas só restaram quatro deles e não foi possível definir os sete jurados necessários para a sessão.

O caso

Everton Vargas é acusado pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e porte ilegal de arma de fogo. O irmão dele, Cleverson Vargas, que conduzia o carro em que ambos estavam com mais pessoas, é acusado de embriaguez ao volante.

Isabelly foi morta há mais de cinco anos, em fevereiro de 2018, após ser baleada enquanto transitava na PR-412, na altura do Balneário Primavera, em Pontal do Paraná. A jovem voltava de uma gravação em uma casa de shows no Balneário Shangri-lá quando houve um desentendimento no trânsito.

De acordo com a acusação, Everton atirou no carro em que a vítima estava no banco de trás com a mãe, a atingindo na cabeça. Isabelly chegou a ser internada no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, onde a vítima morava com a família, mas teve morte encefálica constatada no dia seguinte.