Cidades do Litoral absorvem mais CO2 do que emitem; entenda a importância


Por Redação Publicado 13/09/2023 às 10h09 Atualizado 18/02/2024 às 23h16
Mata Atlântica é responsável pela absorção de CO2 e proteção da camada de ozônio. Foto: Denis Ferreira Netto/AEN.

Guaraqueçaba, Guaratuba, Paranaguá, Antonina e Morretes possuem índices negativos de liberação de CO2 na atmosfera, gás responsável por 60% do efeito estufa. Na prática, a vegetação nativa das cidades atua como uma barreira protetora da camada de ozônio e ajuda a absorver os gases poluentes emitidos em outras regiões.

Os municípios do Litoral também estão entre os dez que apresentaram as maiores taxas de emissão negativa no estado, junto a Céu Azul, Foz do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Guaíra e Alto Paraíso. Como característica comum, todos eles apresentam amplas área de Mata Atlântica, seja pela presença de parques estaduais, Unidades de Conservação ou pela proximidade com bacias hidrográficas.

Os dados fazem parte do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa – 2005 a 2019, produzido pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT).

Impacto do CO2 no equilíbrio ambiental

Na natureza, o CO2 é utilizado pelas plantas no processo de fotossíntese, e é liberado durante a decomposição dos seres vivos de volta para a atmosfera, onde o ajuda a manter o planeta aquecido por meio do efeito estufa.

Mesmo sendo um fenômeno natural, as ações humanas vêm causando impactos cada vez maiores no equilíbrio desse ciclo. A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento em excesso liberam uma quantidade imensa de CO2 na atmosfera, resultando em um efeito estufa mais acentuado e, consequentemente, em um aumento anormal da temperatura do planeta, gerando uma série de problemas ambientais.

Como explica o pesquisador Christiano Campos, do Simepar, a reabsorção do carbono pelas árvores das florestas nativas e unidades de conservação ajuda a diminuir parcialmente os impactos desse processo.

Em uma floresta madura, o CO2 que é liberado quando uma árvore morre é absorvido de forma natural pelas árvores que estão nascendo, assim reduzindo as emissões do gás para a atmosfera”, comenta. “E esse equilíbrio é bem mais presente nos municípios que possuem amplas áreas verdes, como Unidades de Conservação”, conclui o pesquisador.

*Com informações da AEN