Com a maior produção de palmito do Paraná, Guaraqueçaba poderá se tornar a Capital Estadual da Pupunha


Por Amanda Batista Publicado 27/06/2023 às 19h31 Atualizado 18/02/2024 às 15h18

Responsável por mais de um terço da produção de palmito do Litoral, em breve, Guaraqueçaba pode se tornar a Capital Estadual da Pupunha. É o que pretende o Projeto de Lei nº 435/2023, do deputado estadual  Anibelli Neto (MDB), apresentado na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), na terça-feira (20).

A partir da proibição da extração do palmito da palmeira juçara, que consta na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente, o plantio da pupunha surgiu como uma alternativa para que os produtores de Guaraqueçaba unissem a geração de renda à preservação ambiental, ainda na década de 1990.

Ao longo dos anos, a produção ganhou força no município e se tornou uma fonte de sustento para mais de 500 famílias, com uma produtividade de 4 mil toneladas distribuídas em 1.157 hectares, que geram um faturamento de cerca de R$ 12,15 milhões anualmente, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em 2021.

A geração de renda transformou a pupunha em símbolo de fartura e identidade cultural para os produtores rurais locais, que foram contemplados pelo Projeto de Lei nº 435/2023, que reconhece Guaraqueçaba como a Capital Estadual da Pupunha.

O Deputado Anibelli Neto, a prefeita Lilian Narloch e o Secretário de Meio Ambiente Cassiano Lopes tiveram em reunião para definir projeto de lei que impulsiona Guaraqueçaba a se tornar a Capital Estadual da Pupunha. Foto: divulgação

Valorização da produção local


O projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão do Turismo da Alep na última terça-feira (27). Agora, o projeto deve passar por uma nova comissão temática antes de ir à votação no plenário. De acordo com o propositor, a expectativa é de que o PL seja aprovado antes do recesso da Casa, previsto para o dia 12 de julho.

Já apresentei projetos para Cerro Azul, que virou a Capital da Laranja; para Cambira, que é a Capital do Café Gourmet; e agora chegou a vez de Guaraqueçaba. Esperamos obter êxito nessa votação e conseguir aprovar o projeto o mais rápido possível, pois ele vai valorizar a produção local e incentivar a expansão comercial do produto por todo o estado”, destaca o deputado.

Além do impacto econômico, a designação de Guaraqueçaba como a Capital Estadual da Pupunha promoverá o turismo, valorizando a cidade e criando uma identidade única, ressalta o deputado.

Os produtores locais terão orgulho de fazer parte desse título, o que contribuirá para fortalecer a atividade, assim como aconteceu em Cerro Azul e em Antonina, que se tornaram capitais nacionais com base na produção de ponkan e da bala de banana”, afirma Anibelli.

Para a prefeita Lilian Ramos (PSC), a aprovação do projeto é essencial para atrair investimentos do Governo Estadual e orientação técnica aos produtores de palmito.

A partir deste projeto, vamos conseguir atrair a atenção do estado para o município e mostrar nosso potencial. Esperamos que, a partir dele, possamos aumentar ainda mais nossa plantação, que já chega a 7,5 milhões de palmeiras da pupunha. Com certeza o reconhecimento da nossa cultura vai mudar a vida dos produtores rurais”, diz.

Segundo o técnico em agropecuária e diretor municipal de agricultura, Arildo Pontes dos Reis, a expectativa é de continuar expandindo a área de cultivo, que em 2023 já chega a 1.557 hectares. “Os últimos dados oficiais são de 2021, mas é seguro afirmar que os números, desde então, sofreram um aumento significativo, com a expansão da área cultivada em função da valorização comercial do bom produto. Neste ano, já temos em torno de 1.557 hectares cultivados em Guaraqueçaba e continuamos investindo cada vez mais no plantio“, conclui.

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O cultivo é feito majoritariamente por produtores familiares, segundo o diretor de agricultura.Foto: Geraldo Bubniak/AEN