Com morte de macaco por febre amarela no PR, Guaraqueçaba sai na frente e anuncia vacinação


Por Flávia Barros Publicado 23/09/2022 às 19h36 Atualizado 17/02/2024 às 17h58

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) divulgou boletim epidemiológico na última quarta-feira (21), em que confirmou a primeira morte de um macaco por febre amarela no Paraná, no período epidemiológico 2022-2023. Segundo a Sesa, a identificação no macaco prego ocorreu no município de Fernandes Pinheiros, região central do Paraná. Mas, apesar de nenhuma morte ter sido registrada em humanos no período, em decorrência da febre amarela, a secretaria de Saúde de Guaraqueçaba preferiu prevenir e alerta para a gravidade da situação, uma vez que vai começar a temporada de temperaturas mais altas, que favorecem a proliferação do aedes aegypti, mosquito transmissor de algumas doenças, entre elas dengue e febre amarela.

Vacinação

O secretário de Saúde de Guaraqueçaba, Alcendino Ferreira Barbosa, conhecido como Tchuca da Saúde, conversou com o JB Litoral e antecipou que está convocando a população em atraso com o calendário vacinal a procurar a unidade de saúde.

Com a informação oficial do caso positivo de epizootia em primata não humano (PNH), no município de Fernandes Pinheiro, localizado na 4ª Regional de Saúde (Irati), mesmo não estando próximo do caso, entramos em alerta. Então, decidimos convocar toda a nossa população não vacinada de 9 meses a 59 anos contra a febre amarela, procurando nossa principal UBS Padre Mário di Maria (sede), a partir desta segunda-feira (26) para se proteger contra a doença. Traga seus documentos pessoais, menores devem estar acompanhados de pais ou responsáveis”, disse o secretário.

O chefe da pasta também alertou que a doença pode levar à morte.

É uma doença grave e a população jamais deve pensar em não se vacinar. Não existe medicação específica para o tratamento etiológico da febre amarela. O tratamento atual baseia-se em terapia de suporte, visando manter o estado geral do paciente sob controle. Os casos mais graves chegam a óbito rapidamente. Casos mais leves e moderados podem evoluir para alta”, explicou.

Thuca garantiu, ainda, que a cidade está preparada para vacinar. “A princípio estamos convocando somente as pessoas não vacinadas. E para este primeiro momento o município dispõe de doses suficientes, estamos preparados”, finalizou.

Casos em análise

Além do caso confirmado em macaco, o Paraná tem outras 15 notificações de epizootias em nove municípios. Destas, seis estão em investigação e três ainda indeterminadas, pois não tiveram coleta de amostra. Já em seres humanos, quatro casos foram notificados, mas três deles descartados e um ainda em análise. Os casos foram identificados em homens e mulheres com idades entre 40 e 59 anos.

Sesa alerta que os macacos não transmitem febre amarela para seres humanos e sim o aedes aegypti.

Macacos não transmitem

E para quem pensa que os macacos podem transmitir a doença, a Sesa explicou, que a morte do animal apenas confirma haver circulação do vírus no Paraná, mas ressaltou que os primatas não transmitem a febre amarela para humanos, eles apenas são portadores do vírus. O infecta as pessoas são os aedes aegypti que, se contaminados, que passam o vírus ao picar.

Portanto, para evitar casos em humanos, as medidas mais importantes são a vacinação contra a febre amarela, disponível pelo Sistema Único de Saúde, e combater a proliferação do mosquito, eliminando focos de água parada.