Conheça a lenda do Pé Redondo de Paranaguá; “era o próprio diabo”


Por Marinna Prota Publicado 13/08/2021 às 12h52 Atualizado 16/02/2024 às 10h05

A sexta-feira (13) chegou e o JB Litoral traz neste dia, considerados por muito uma data de “azar” uma das lendas que envolve a cidade de Paranaguá e que mantém viva a superstição de muitos parnanguaras. Apesar do dia ter uma crença grande em toda a sociedade de que traz más energias, vale a pela lembrar que algumas são apenas estórias e contos que servem para trazer relevância a cultura local.

A lenda

Nos anos 60 até meados dos 80, durante uma sexta-feira ensolarada, chegou um forasteiro a Paranaguá, um homem muito bonito e misterioso, que chamava a atenção por onde passava, veio a trabalho e buscando muito diversão.

Ele parou em uma lanchonete e pediu um “café pretinho, sem leite e sem açúcar”, e quis saber se, na cidade, havia algum baile de fandango naquela noite. O atendente respondeu prontamente que não, pois era dia santo. Ao receber o café, notou que veio com leite e açúcar, mas não quis trocar, deixando na xícara apenas o leite e o açúcar.

Inconformado porque não haveria baile naquele dia, resolveu alugar um clube e fazer sua própria festa. “O baile foi realizado no Clube Estevão, onde hoje é o prédio desativado do Eskenta, na Avenida Roque Vernalha. Era um dia santo e o clube estava cheio, o homem bailou com todas as mulheres do salão, e se apaixonaram por ele. Porém, uma delas notou que seu pé era redondo igual ao pé de um bode e alertou a todos. Neste momento, houve um estouro e a casa começou a afundar, arrastando todos os infelizes festeiros infiéis ao inferno. O homem era o próprio diabo!”, conta a historiadora do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá (IHGP), Sônia do Russio Machado.

Ao longo dos anos a lenda foi ganhando novas versões e, a mais comum na cidade, nasceu da suposta descoberta de que o Pé Redondo era o diabo,num dos bailes da cidade. Reza a estória que ele era um grande dançarino vestia-se sempre de branco e usava chapéu justamente para esconder os chifres. Porém, acabou descoberto pelos pés, quando uma moça que dança com ele notou que eram redondos. Neste dia ele se revelou, para desespero dos que estavam no baile.

Esta é uma das estórias que fazem parte do folclore de Paranaguá e são passadas de geração para geração. As lendas vão sendo transformadas pouco a pouco sempre por quem conta o conto, mas sem perder uma de suas principais características, a fantasia. Atualmente, moradores do bairro Costeira afirmam que o Pé Redondo ainda pode ser visto em algumas noites do ano pela região, pois ele costumava aparecer dançando no antigo Clube Paranaguá, que fez fama no bairro. Será que ele vai aparecer esta noite?