Criança morre no Pronto Socorro de Guaratuba: família questiona causa da morte e Polícia Civil investiga o caso


Por Redação Publicado 26/09/2024 às 13h49

Uma criança de 9 anos morreu na noite da última quarta-feira (25) no Pronto Socorro de Guaratuba. Maria Clara Lopes Graf teve uma parada cardiorrespiratória. A família questiona a causa da morte e a Polícia Civil investiga o caso.

Maria Clara Lopes Graf
Maria Clara Lopes Graf tinha 9 anos e uma síndrome rara. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mateus Graf, pai da criança, registrou um boletim de ocorrência detalhando a sequência de eventos. Segundo o relato, Maria Clara foi levada ao Pronto Socorro Municipal por volta das 11h da manhã de terça-feira (24). Ela apresentava sintomas de uma reação alérgica. A equipe médica avaliou o caso como uma alergia e medicou a criança. Após o tratamento, que resultou em melhora dos sintomas, a menina foi liberada no mesmo dia por volta da meia-noite, sob a orientação de que a situação estaria controlada.

No dia seguinte, quarta (25), Maria Clara voltou ao Pronto Socorro por volta das 17h, já em um estado mais grave. De acordo com o boletim de ocorrência, a menina estava consciente, conversando, mas se queixava de dores no corpo e nas pernas. O atendimento foi imediato, sendo direcionada para a sala de emergência.

Segundo nota divulgada pela Prefeitura de Guaratuba, a criança apresentava dificuldades respiratórias e precisava de oxigênio. Ela foi monitorada e submetida a exames, incluindo uma radiografia e coleta de sangue para análise laboratorial. “Nesse momento, a equipe contatou diretamente o Hospital de Clínicas, uma referência médica em Curitiba, onde a menina já havia sido atendida anteriormente para o tratamento de uma síndrome rara. No entanto, o hospital negou a vaga, alegando que a paciente não havia comparecido para acompanhamento desde 2023”, informa o Poder Municipal.

Questionamentos sobre a transferência

Maria Clara foi incluída na Central de Leitos e permaneceu sob observação enquanto aguardava a disponibilidade de vagas para transferência a uma unidade hospitalar adequada. Durante esse período, a condição da menina se agravou rapidamente, resultando em uma piora do quadro respiratório. Ela precisou ser entubada, mas, por volta das 23h, sofreu uma parada cardiorrespiratória (PCR). As manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) foram iniciadas, mas não surtiram efeito, levando à morte da criança.

No boletim de ocorrência registrado pelo pai, a família questiona a causa da morte, apontada inicialmente como insuficiência renal pelo médico de plantão. Além disso, Mateus Graf destacou a frustração com a falta de uma ambulância para transferir a menina para Curitiba, sendo informado que o veículo estava retornando de Paranaguá.

Contudo, a Prefeitura também negou que houvesse falta de ambulância, afirmando que a transferência só seria possível após a disponibilização de vaga pela Central de Leitos e que, para esse tipo de caso, é necessária uma UTI móvel, não a ambulância municipal.

Investigação da Polícia Civil

O delegado de Guaratuba, Gabriel Rocha, informou que a Polícia Civil já instaurou uma investigação para apurar as circunstâncias da morte de Maria Clara. “Entre as diligências estão a oitiva da mãe, Jaine Rosa Lopes, a requisição do prontuário médico dos dias 24 e 25 de setembro e o depoimento do médico responsável pelo atendimento. A investigação está em estágio inicial e deve avançar ao longo dessa semana e da próxima”, disse.

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